As pessoas não se entendem, o que faz com que o escritório se
torne um campo de guerra e pode provocar doenças.
É
sempre difícil descrever o momento presente. Estamos imersos no caldo da nossa
cultura, temos o olhar viciado e só conseguimos ver aquilo que nos afeta de
maneira intensa. Às vezes, nem assim. Adoecer pode ser o sinal.
Como
consultora de carreira, entre as queixas mais frequentes, ouço sobre a péssima
qualidade no relacionamento entre gestores e equipes. Os ambientes empresariais
estão cada vez mais doentes: as pessoas não se entendem e transformam a vida no
escritório em guerra declarada.
O
que torna o ambiente doente são muitos fatores, entre eles a alta
competitividade entre pessoas -não necessariamente pelos melhores resultados do
negócio.
Há
também cobranças por resultados sem o devido apoio financeiro, material ou
humano para sua realização, pressão por prazos quase sempre irreais, assédio
moral e ameaças veladas ou não.
Segundo
o manual do Ministério da Saúde sobre doenças relacionadas ao trabalho,
"ambientes que impossibilitam a comunicação espontânea, a manifestação de
insatisfações e as sugestões dos trabalhadores em relação à organização ou ao
trabalho desempenhado provocarão tensão e, por conseguinte, sofrimento e
distúrbios mentais".
Ainda
segundo o manual, com frequência, o sofrimento e a insatisfação do profissional
manifestam-se, além das doenças, pelos altos índices de absenteísmo, pelos
conflitos interpessoais e pelo trabalho extra. Inclua-se nas consequências do
problema também tensão, fadiga e esgotamento profissional ou
"burn-out" (síndrome do esgotamento ou estafa).
Como
se chega a esse estado? Como melhorar as relações e a comunicação entre as
pessoas da sua equipe para transformar o habitat diário em um lugar com mais
satisfação e realização? Quais são, na sua empresa, os principais fatores que
dificultam a comunicação? O que você pode fazer diferente para melhorar isso?
Responder
a essas questões pode ajudar a traçar um plano de ação e os resultados podem
ser surpreendentes, se você iniciar pela escuta.
Adriana Gomes - coordenadora do Núcleo de
Estudos e Negócios em Desenvolvimento de Pessoas na ESPM.