Vemos
com bastante frequência o acionamento de equipes matriciais nas empresas, na
forma de grupos de trabalhos, equipes de projeto, comitês, comissões e até
mesmo de conselhos (isso mesmo, conselhos).
Muitas
vezes, no entanto, parece que o produto faz mais sentido do que o seu objetivo.
Explico: a criação de uma equipe matricial obedece a um objetivo de reunir
conhecimentos, experiências, vivências e técnicas diferenciadas para solução de
um problema ou para criação de um produto.
Assim,
está posto que a perspectiva básica da equipe matricial é a reunião de
"pontos de vista" diferenciados.
No
entanto, parece que essa ideia foi, aos poucos, abandonada, em nome de um
"modismo" da utilização de equipes matriciais já não se sabe
exatamente porque.
Em alguns casos, sabe-se sim, mas são objetivos diferentes,
por vezes inconfessáveis.
Como
exemplo, vemos comitês de investimentos formados por profissionais de uma mesma
área de investimentos, liderados pelo próprio gerente da área, preservando,
assim, todas as características da departamentalização tradicional.
Trata-se,
na verdade, de uma equipe dentro da equipe, que apenas confunde a
responsabilização pelas atribuições determinadas à "matricial".
Outra
situação razoavelmente comum de encontrarmos é a de comitês formados pelos
componentes da diretoria executiva, com a participação de um ou dois
participantes adicionais, sempre vinculados diretamente aos diretores.
Em
ambas as situações, é evidente que a hierarquização irá prevalecer, o que
distorce total e completamente o princípio colaborativo e a contribuição de
cada um dos membros da matricial com um conhecimento ou experiência específica.
Um
último exemplo diz respeito a comissões de ética, ou de integridade, muitas
vezes composto somente por diretores ou por conselheiros.
Neste caso, e
considerando que a diretoria e que os conselhos já mostram características de
equipes matriciais (sempre é bom lembrar da experiência positiva da diversidade
nos conselhos), por que não apenas incorporar essa atribuição à diretoria ou ao
conselho?
Eu pergunto e respondo: porque é muito feio dizer que nossa empresa
não tem uma comissão de ética. Então, é mais fácil (e bonito) criá-la com os
mesmos componentes da diretoria ou do conselho do que definir que aquelas
instâncias serão as responsáveis pelo tratamento do matéria.
Vamos
pensar a respeito?
LUIZ
FÉLIZ FREITAS - Sócio da KOLME DESENVOLV. EMPRESARIAL Prof, e Consultor Prev.
Complementar, Conselheiro Fiscal do IDG, Membro da Comissão Governança
Compliance e Integridade do CRA RJ