Aos poucos, ideias criativas geram mundo mais verde


Sean Berthiaume, dono da pizzaria Vinnie’s, criou uma embalagem comestível para reduzir papel jogado no lixo (Todd Heisler/The New York Times)

 

As pessoas estão apresentando medidas criativas e ecológicas para ajudar o planeta.

Na pizzaria Vinnie em Nova York, você pode comer pizza e a caixa na qual ela vem. Algumas pessoas podem considerar uma embalagem feita de massa de pizza uma maneira estranha de reduzir o uso de papel. Mas o proprietário, Sean Berthiaume, 35, disse ao Times que seu objetivo foi diminuir a quantidade de caixas de pizza que ele via jogadas em seu bairro, no Brooklyn.

Na Dakota do Norte, Gabe Brown e sua mulher trabalharam para restituir o carbono na terra muito exaurida da fazenda que compraram em 1991, relatou o Times. O nível de carbono no solo era um quarto do normal naquela área, por isso o casal restaurou a terra ao não revirá-la, misturar plantações e plantar árvores e arbustos perto dos campos. Esses métodos ajudaram a restituir os nutrientes que são retirados com as práticas normais. A agricultura é responsável por um quarto das emissões de gases do efeito estufa no mundo.

“Todo mundo fala sobre ser sustentável”, disse Brown ao Times. “Por que queremos sustentar um recurso degradado? Precisamos ser regeneradores, precisamos tirar o carbono da atmosfera e colocá-lo de volta no ciclo a que pertence.”

Rattan Lai, um professor de ciência do solo na Universidade Estadual de Ohio, disse ao Times que a terra perdeu uma grande quantidade de seu carbono natural desde que as pessoas começaram a praticar a agricultura. Mas ao plantar com carbono, como fazem os Brown, de 80 bilhões a 100 bilhões de toneladas poderão ser reabsorvidas, o que deverá reduzir o dióxido de carbono na atmosfera em 38 a 50 partes por milhão.

Manter o lixo fora dos aterros sanitários também ajuda a Terra, e na Suíça as autoridades contam até mesmo com algumas medidas punitivas para reduzir dejetos.

“Detetives do lixo” vasculham os detritos e multam quem não reciclar de modo adequado, disse Katharina Heinrich ao Times. Ela aprendeu dos detetives do lixo suíços da maneira mais dura, quando recebeu uma multa de mil francos por não separar adequadamente seus materiais recicláveis.

Heinrich telefonou para saber por que estava sendo multada e soube que seu nome e endereço foram encontrados em alguns artigos que ela deveria ter reciclado.

“Se você tiver de cometer um crime do lixo, não deixe qualquer vestígio pessoal”, aconselhou uma amiga de Heinrich.

Grace Jeon decidiu que a melhor forma de prestar ajuda ao meio ambiente era fazer coisas simples. Jeon é dona de uma empresa de água mineral chamada “Just Water” [Apenas água], que vende água em recipientes confeccionados principalmente com papel.

Os recipientes da "Just Water" têm 53% de papel em sua constituição, são totalmente recicláveis e geram menos emissões de carbono que as garrafas plásticas. 

Grupos como o Ban the Bottle [Proíbam a garrafa] dizem que, se as pessoas levassem consigo recipientes reutilizáveis, a água engarrafada seria desnecessária. Mas esses grupos de consciência ambiental estão lutando uma batalha ingrata contra a conveniência. Estatísticas mostram que o consumo mundial de água engarrafada se aproximará de 391 bilhões de litros no próximo ano, quase o dobro do que foi em 2007. Em consequência, milhões de garrafas plásticas chegam aos aterros ou são jogadas do lado da estrada.

Charles Fishman, autor de “The Big Thirst: The Secret Life and Turbulent Future of Water” [A grande sede: a vida secreta e o futuro turbulento da água], disse ao Times que a água engarrafada é um “produto totalmente ridículo, mas também incrivelmente popular”.

A "Just Water" diz que seu produto é uma alternativa ambientalmente amigável às garrafas plásticas na maioria das máquinas de vendas e lojas. Mas não é perfeita.

“Eu não defenderia beber isto em vez de água da torneira”, afirmou Jeon.

Sara Marino – jornal New York Times

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