Propaganda brasileira da Nivea
premiada em 2015
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A Abap (Associação Brasileira das Agências de
Publicidade) acaba de divulgar pesquisa importante sobre o impacto da
publicidade na economia do Brasil.
Venho dizendo isso nesta coluna desde sempre: o
Brasil é uma potência da propaganda, e a propaganda dá potência ao Brasil.
A prova não são os muitos prêmios que nossos
publicitários conquistam nos festivais mundo afora. Os prêmios são
consequência. A prova de nossa excelência vem da capacidade da propaganda
brasileira de vender, de construir marca, de se inserir na cultura nacional e
dialogar com um povo que é criativo e que se identifica com a criatividade.
A pesquisa da Abap, realizada pela consultoria
Deloitte, dá número aos bois. Cada R$ 1 investido em publicidade gera, em
média, R$ 10,7 no conjunto da economia. Assim, usando números consolidados de
2014, os R$ 33,5 bilhões investidos em publicidade geraram impacto de R$ 358
bilhões no PIB nacional.
A metodologia usada se amparou em pesquisas
semelhantes realizadas em países como EUA e Reino Unido. Nos EUA, a pesquisa
indicou que os US$ 297 bilhões investidos em 2014 resultaram em impacto de US$
5,5 trilhões em vendas. No Reino Unido, o impacto foi de £ 100 bilhões para £
16 bilhões investidos.
Propaganda, como sabemos há muito tempo, funciona.
Ela seguirá sendo a alma dos negócios enquanto os negócios tiverem alma.
Basta ver novos fenômenos de comunicação, inovação
e empreendedorismo mundiais como Google e Facebook. Como eles se viabilizam e
ganham dinheiro? Com a boa e nova propaganda.
O balanço do terceiro trimestre do Facebook,
divulgado na semana passada, deixa as coisas ainda mais explícitas. A rede
social fundada por Mark Zuckerberg em 2004 faturou nada menos que US$ 6,8
bilhões entre julho e setembro deste ano com publicidade, uma alta de 59% sobre
os mesmos meses do ano passado. Toda sua expansão, inovação e lucratividade é
bancada por uma única fonte de recursos: a publicidade. O mesmo acontece com o
Google.
Portanto, a publicidade, apesar de todo o lero
sobre crise e futuro, está fortíssima na ponta da ponta do novo.
No Brasil, powerhouse da propaganda mundial,
acontece o mesmo. Temos muitos talentos, temos muitos prêmios e temos, acima de
tudo, resultados impressionantes na criação de mercados, de marcas e de
empresas que se alicerçam nesses mercados e nessas marcas.
Os pontos destacados pelo estudo da Abap vão direto
ao ponto:
A publicidade movimenta o mercado, suporta a
independência e a pluralidade dos meios de comunicação e assegura o direito de
escolha dos consumidores.
A publicidade promove e incentiva a diferenciação
pela inovação.
A publicidade incentiva a competição pela qualidade
e pelo preço.
A publicidade estimula o crescimento do mercado.
A publicidade sustenta a televisão e o rádio.
A publicidade assegura a existência independente e
plural dos jornais, das revistas e da mídia digital.
A publicidade mantém diversos setores econômicos e
gera muitos empregos.
A publicidade suporta as artes, a cultura e a
economia criativa.
A publicidade é vital para os esportes.
A publicidade contribui com a educação pública, as
causas sociais e o desenvolvimento humano.
Cada um desses pontos é explicado no estudo,
disponível no site da Abap.
É uma leitura indispensável para quem quer entender
a relevância da publicidade.
Nizan Guanaes - Publicitário baiano, é dono
do maior grupo publicitário do país, o ABC.
Fonte: coluna jornal FSP