Recentemente, divulgou-se que,
em vez da esperada estagnação do crescimento do País, a expectativa para 2015
passou a ser de retração de 2,06% do PIB. Se confirmado, será o pior resultado
em 25 anos, ou seja, desde 1990 – quando foi registrada uma queda de 4,35%.
A projeção de recuperação da
economia brasileira está prevista apenas para 2017. Diante desse cenário, que
dicas você considera essenciais para que as pessoas passem por este período
mantendo suas contas em dia e também possam conquistar objetivos e metas
pessoais?
Em tempos difíceis como estamos
enfrentando em 2015 e também para 2016, é importante apertar o cinto e ser o
mais prudente possível nos gastos domésticos, tomando cuidado para não aderir
às campanhas do marketing de consumo sem antes se perguntar “Eu realmente
preciso disso agora?” e evitando contrair dívidas de médio e longo prazo. A
indústria e comércio estão desaquecidos, o que pode reduzir a abertura de novas
vagas de emprego, aumentar o índice de desemprego, férias coletivas antecipadas
e PDVs (programas de demissão voluntária). Se for indispensável, compre no
curto prazo (até um ano), mas dê preferência ao pagamento à vista.
Acrescento também como dica
agir com muita cautela em relação aos investimentos, tanto na renda fixa como
na renda variável, que possuem um vasto leque de opções, desde uma simples
poupança a sofisticados investimentos em ações e até opções no exterior.
Lembre-se que para cada tipo de sonho de consumo “financeiro” deverá existir a
contrapartida de um esforço de sua parte no sentido de poupar e investir o
dinheiro em aplicações e prazos coerentes com esse sonho. Na falta de
conhecimento para essa decisão e escolha, contate um especialista.
Com uma taxa de juros das mais
altas nos últimos anos, o que é importante levar em consideração caso seja
necessário realizar um financiamento ou empréstimo?
Primeiramente temos de fazer
uma breve leitura dos sinais mostrados pelo aumento da taxa de juros, e nos
acautelar de nossas decisões de consumo e de investimentos. Vamos lá: no início
de 2015, o governo e a nova equipe econômica anunciaram medidas que implicam
aumentos na carga tributária e cortes de investimento em várias áreas da
economia, sem falar no aumento dos tributos sobre as operações de crédito,
tanto para pessoa física como para jurídica.
Nos últimos cinco anos, a taxa
de juros básica da economia saltou de 7,25% (jan/2013) para 14,25% em
junho de 2015. Já a inflação, oscilou entre 5,91% (2010) e 6,41% (2014).
Já a estimativa 2015 para o índice de inflação oficial (IPCA) em agosto passou
para 9,26%. Esses dois componentes, aliados a um elevado número de brasileiros
inadimplentes na ordem de 56,4 milhões em julho (2015), elevam em muito as
taxas cobradas nos financiamentos ou empréstimos, seja para aquisição de
veículos (com taxas entre 10,8% e 56,2% ao ano), seja pelo crédito consignado
(20% a 96% a.a.), cheque especial (28% a 359% a.a.) ou financiamentos
imobiliários (10,2% e 12,3% a.a.). Consciente desses números, pergunte-se
novamente: “Eu realmente preciso disso agora?” Se a resposta for sim, siga o
passo a passo:
1) Faça um pente fino no seu
orçamento e veja qual seria a folga financeira para esse novo compromisso. Ou
seja, ele cabe no orçamento? Por quanto tempo? Caso não tenha ainda um
orçamento, faça isso antes de assumir qualquer compromisso. Se necessário, faça
corte de gastos, que na média, após um pente fino, pode chegar a uma economia
de até 30%. Ferramentas como o Fluxo de caixa pessoal ajudam em seu controle.
2) Antes de recorrer a
instituições financeiras, avalie se poderia conseguir o valor junto aos
parentes ou amigos. Mas não vá comprometer o relacionamento com eles por causa
de um empréstimo!
3) Sempre opte pela menor taxa
efetiva a ser cobrada em cada tipo de empréstimo e financiamento para igual
prazo de uso do dinheiro.
4) Por último, se tiver que
realizar a operação com bancos, sempre opte por operações com garantias reais:
casa ou carro são exemplos comuns. As taxas tendem a ser menores.
5) Consulte sempre mais do que
uma instituição. Você não precisa necessariamente procurar o banco em que
recebe a conta-salário. Se for interessante, na contratação faça a
portabilidade da conta-salário primeiro e só depois contrate a operação.
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própria saúde financeira?
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endividar?
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Data: 27 de outubro / São Paulo
Jusivaldo Almeida – Consultor e
Conselheiro de Fundos de Pensão, Educador, Coach Financeiro e Previdenciário,
diretor da JSantos Consultoria