Diversidade nos Processos de Tomada de Decisão

É quase unânime a ideia de que em um processo de tomada de decisão deve-se buscar, a todo custo, o consenso.

Vemos nos dicionários que o consenso representa a concordância ou a uniformidade de opiniões, pensamentos, sentimentos, crenças etc. da maioria ou da totalidade dos membros de uma coletividade.

Assim, podemos listar 3 aspectos importantes do consenso:

1 – concordância ou uniformidade de opiniões desde o início dos debates;

2 – apresentação e discussão de argumentos até que se chegue a uma posição única; ou

3 – identificação de pontos comuns entre as diversas propostas, de modo que todos aceitem a solução “comum”.

A ideia da concordância ou uniformidade de opiniões é positiva apenas em relação ao fator tempo. Seguramente, as reuniões desse tipo serão muito mais rápidas. 

Tendem, no entanto, a gerar soluções mais tímidas, na medida em que possivelmente não examinaram todas as alternativas, pontos de vistas diferenciados, perspectivas diversas.

A discussão de argumentos, por outro lado, pode findar por cansaço de uma das partes ou até mesmo pela imposição da vontade daquele que detém maior poder.

No entanto, a diversificação de perspectivas tem o potencial de construir uma solução MAIOR e melhor do que qualquer uma das propostas iniciais. 

Nesse caso, alcança-se um resultado que, de início, não era vislumbrado com nitidez por qualquer um dos participantes da discussão, mas que atende intensamente às suas expectativas.

No terceiro caso, experimenta-se exatamente o oposto. 

A busca de uma solução que seja aceita por todos apequena cada uma das propostas iniciais, criando, assim, uma solução definhada, mas acatada por todos, na medida em que a proposta inicial de cada um continha parte daquilo que foi determinado ao final da discussão.

Dessa forma, nesse breve exame, toma-se como essencial a diversidade de opiniões, pontos de vista, perspectivas e visões no processo de tomada de decisões, quando se deseja alcançar uma solução positiva.

As discussões, em um processo inteligente e produtivo de tomada de decisões, devem ser feitas não com o intuito de chegar a uma solução que contemple os participantes da reunião, mas, sim, com o objetivo de construir a MELHOR SOLUÇÃO POSSÍVEL para a situação examinada. 

Exatamente por ser a melhor solução possível, ela inevitavelmente contemplará a todos, mas não por uma questão de ego, mas pela sua abrangência e consistência.

E como diz o Prof. Mário Cortella, faça o seu melhor com aquilo que você tem, até que tenha condições melhores, para fazer melhor ainda.