Quem trabalha com Previdência Complementar
conhece muito bem o gráfico publicado no excelente caderno A melhor
idade? O envelhecimento da população brasileira provocará mudanças profundas na
nossa vida, publicado pelo UOL TAB (clique aqui). As estatísticas mostram que os
brasileiros estão nascendo menos e vivendo mais.
Mas o que muda no mercado de trabalho, na arquitetura, na cidadania, nos
serviços públicos? São esses temas que a matéria discute. O que me deixa mais
feliz é a visibilidade que a Longevidade está conquistando na mídia. Há pouco
tempo, a pauta era praticamente impensável, especialmente considerando a equipe
mobilizada para a reportagem e edição gráfica do conteúdo.
Outro aspecto que me chama a atenção diz respeito aos estudos especializados
desenvolvidos pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Sim! A
melhor idade avançou as fronteiras do Serviço Social para se posicionar como
tema econômico, sociológico, político. Encarar de frente as restrições e
oportunidades que a longevidade provoca é essencial para racionalizar e
destinar recursos. Os superidosos, como o UOL TAB chama, são realidade.
Hoje, ainda minoria. Mas em poucos anos, a base da mudança radical na
estrutura da sociedade - abrangendo maior permanência no mercado de trabalho,
manutenção da carreira, adiamento da aposentadoria, capacitação contínua
especialmente na área da Tecnologia.
Tudo isso para compensar a redução da mão de
obra mais jovem. O fim do bônus demográfico já começou! E o Brasil - não sem
aviso - perdeu este trem da história. Porque a ideia avançar a inclusão dos
jovens no mercado de trabalho e ampliar a cobertura, a proteção previdenciária
para todos.
Novos significados para a vida
Mês passado, a Exame publicou a matéria Geração
IPad esnoba diamantes e minas sofrem com preços (clique aqui). Começa com um caso curioso de roubo de diamantes
que não deu certo. Os ladrões tinham idade entre 60 e 70 anos. Aliás, eu só li
essa matéria porque gosto do tema diamantes, o que necessariamente aponta para
minha idade. Na finalização da reportagem sobre mudança de comportamento
geracional, há um apelo para o investimento em campanhas publicitárias que
façam os mais jovens a se encantarem pelas pedras preciosas.
Acho que com esse caso, a analogia está pronta. A longevidade
vai exigir que as relações de consumo, vínculos emocionais, família, estudos,
viagens tudo seja revisto, replanejado e ressignificado. As novas gerações
terão um tempo que as antecedentes não tiveram: conviver, incluir, socializar,
aproveitar a experiência dos mais velhos. Tudo isso é novo e absolutamente
m-o-d-e-r-n-o!
Penso que, como tudo na vida, esses significados serão conquistados. Não dá
para esperar de braços cruzados o reconhecimento espontâneo dos jovens. Também
não dá para exigir atenção a qualquer preço. O que dá é para interagir. Da
melhor forma.
"Volto perto do meio-dia. Beijos, vó".
Para encerrar esse post, vou fazer o link com um viral das redes sociais. A
história de um skatista que tatuou o último bilhete da avó
Foi apenas o apelo emocional que determinou a reação do público? Penso que -
além do apelo emocional que é fato - tem aí um outro componente. Aquele em que
os idosos abandonam o isolamento para interagir, para influenciar, para somar,
para protagonizar. Mas isso já é tema para outro post.
Eliane Miraglia - mestre
em Ciências da Comunicação, especialista em Gestão de Processos Comunicacionais
e consultora de comunicação, tem participado em projetos com a Suporte Educacional.
Fonte: blog da Eliane: www.elianemiragliablogspot.com.br