Três fatores que influenciam na construção de um portfólio ótimo.


Três fatores que influenciam na construção de um portfólio ótimo.

A construção de uma carteira ótima vai além de selecionar os ativos que tiveram os melhores retornos.

Olhando para o passado, é muito simples dizer qual a alocação teria promovido o melhor retorno com menor risco. 

O desafio reside na construção do portfólio que deve apresentar o melhor retorno por unidade de risco, para os próximos 12 meses. Explico a seguir três fatores que usamos para decidir a melhor alocação para uma carteira.

Depois que os fatos ocorreram e os ativos precificaram o ocorrido, é simples justificar qual posição seria mais adequada.

No entanto, como o próprio Warren Buffett afirmou ano passado em sua reunião anual: "It's not as easy as it sounds" (Não é tão simples quanto parece).

Avaliando os últimos onze anos, é possível apontar claramente, qual classe de ativos apresentou o melhor desempenho no ano.

Observe a tabela acima. Para sua construção, foi considerado apenas pouco mais de dez principais ou tradicionais aplicações. 

Nela, é apresentada na segunda e terceira colunas o ativo com melhor retorno e seu desempenho no ano. Também, na quarta e quinta colunas há o ativo com pior retorno no respectivo ano e seu rendimento.

Perceba que algumas vezes, o ativo com pior desempenho em um ano, passa a ser o melhor no ano seguinte. Fiz marcações para destacar estes casos. 

Os ativos que apresentam o pior desempenho são muitas vezes aqueles que desejamos sair. Isso pode ser um erro.

As alternativas de renda fixa como títulos prefixados ou referenciados ao CDI ou ao IPCA nunca estiveram na melhor posição. Mas, também não estiveram na pior colocação de cada ano.

Também não basta ponderar todos igualmente. 

O retorno médio de uma carteira ponderada entre estes principais ativos gerou um resultado acumulado de 97% do CDI, ao longo dos últimos onze anos.


Para selecionar os ativos, é preciso considerar três fatores.

O primeiro e quase óbvio, é o retorno esperado de cada classe de ativos.

Para isso, é preciso considerar as perspectivas econômicas e os aspectos individuais de cada aplicação.

Importante entender que retorno esperado não significa retorno certo. Existe um risco envolvido em qualquer projeção.

Assim, é preciso considerar as probabilidades de cenários adversos, mas também prováveis. Portanto, o risco envolvido em cada aplicação é o segundo fator a se considerar.

Por último, é preciso ponderar a diversificação. Importante entender que diversificação não é o mesmo que pulverização. Não é porque você divide em vários ativos que diversificou adequadamente.

Para isso, deve-se assumir a correlação entre os retornos dos ativos. Você não deseja que quando ocorra um cenário adverso, todo o portfólio caia junto.

Em nosso caso, consideramos que a correlação média dos ativos nos últimos anos se mantenha.

Reunindo todos estes fatores e usando o modelo derivado pelo Prêmio Nobel em economia de 1997, Robert Merton (link), é possível construir a fronteira eficiente de ativos mostrada na figura acima.

As carteiras derivadas pelo modelo são um importante guia para evitar que você cometa falhas na alocação como exposição inadequada ao risco.

Michael Viriato - assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor


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