Crise econômica cria dificuldades para sucessão familiar


Estudo realizado pela consultoria PwC aponta que somente uma em cada três empresas familiares têm um plano de sucessão, ou seja, aproximadamente 34%. De acordo com o levantamento, feito em 40 países, a média global é de 53%. Este cenário pode, no entanto, piorar em tempos de crise econômica. A consultora Geovana Donella, CEO da Donella & Partners, defende que, em momentos como este, os protagonistas do processo de sucessão familiarpodem estar muito focados nos pilares de sustentação da companhia (financeiro, ambiental e social) e, com esta postura, podem se desviar do processo estabelecido como o ideal para a sucessão.

Jonas Moriki, diretor financeiro da Murah Tecnologies, empresa especializada em soluções customizadas de Compliance, Risco e Controles Internos, Auditoria, Continuidade de Negócio e Governança, está sendo preparado para assumir a empresa. O executivo concorda com a consultora e acredita que a crise econômica cria ainda mais dificuldades para umasucessão familiar. “As dificuldades aumentam, pois em momentos de crise o foco acaba sendo 100% a travessia da crise e também a criação de alternativas para crescer dentro de um ambiente político-econômico instável. Em ambientes de estabilidade política e crescimento econômico, toda e qualquer mudança fica mais fácil”, analisa.

Isabella Faria, Diretora Comercial da LC Indústria de Cosméticos, que tem se preparado para comandar a empresa, também compartilha da mesma opinião. Para ela, a crise cria instabilidade de mercado e isso afeta diretamente a sucessão familiar. “A sucessão é um processo delicado que precisa assegurar a perpetuidade da empresa. Neste contexto, garantir a saúde perpétua do negócio em um mercado instável torna-se mais complicado”, destaca.

Maiores desafios para a sucessão familiar

Jonas acrescenta que os maiores desafios da sucessão familiar ficam a cargo do empreendedor que criou a empresa e que deve, com o tempo, distribuir suas funções e se afastar da operação cotidiana. “O empreendedor normalmente possui uma relação de criador-criatura com a empresa e esta ruptura é importantíssima para que a sucessão ganhe legitimidade, para que o sucessor tenha autonomia de trabalho e respeito dentro da empresa”.

Isabella acrescenta outros desafios para a sucessão familiar, como a divergência de valores e ideais entre os fundadores e sucessores e o estabelecimento de uma governança corporativa eficaz e funcional. “Há também outros dois pontos importantíssimos: a profissionalização contábil da empresa, separando o que é gasto de pessoa física e jurídica; e o controle da emoção, que muitas vezes sobrepõe à razão”.

Ciclo de vida de empresas familiares

Geovana Donella, CEO da Donella & Partners, destaca que o ciclo de vida de empresas familiares é sempre definido em quatro fases: fundação, crescimento, apogeu e declínio. “Sendo assim, a sucessão é um desafio importante e vital para ser instituído. Vale fortalecer o conceito que o momento ideal para se pensar na sucessãoé aquele onde se possa ser coordenado de forma organizada, com passos e procedimentos que possam ser feitos de forma efetiva, rigorosa e com muita atenção”, acrescenta. “Este processo não deve ser feito de forma desorganizada ou brutal, o que causaria impacto negativo para todas as partes envolvidas”, finaliza.

Fonte: http://www.segs.com.br/seguros

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