Apenas
continue sendo você mesmo.
Recentemente,
tive a oportunidade de assistir ao vivo o show de uma das maiores bandas
de rock do mundo: Queen.
Se você não é tão ligado em música, deve achar que
estou maluca. Afinal, Freddie Mercury, cantor e líder da banda, morreu há mais
de 20 anos. Então como o show pode ter sido ao vivo?
Mas, se você gosta de música, sabe que, há mais de
10 anos, a banda se apresenta com um novo cantor, chamado Adam Lambert. E não, ele não é uma cópia de
Freddie, como ele bem mesmo afirma.
O show, de tirar o fôlego, é emocionante do inicio ao fim. Adam, também
super fã da banda, apesar de ser a estrela da noite, se apresenta com
humildade, respeito e admiração pelos dois mais experientes o tempo inteiro!
Além de ser um espetáculo bonito de se ver,
contagiante pra cantar e dançar, ele também é, para quem conhece a história,
fonte de inspiração.
Adam é o exemplo clássico do menino que não se
encaixa e que se transforma no adolescente que não se encontra.
A sua sorte, e que não tenho dúvidas de que foi o
que o fez chegar aonde está, é que ele teve pais extremamente atenciosos, que,
desde o princípio, souberam que entender quem o filho era e respeitar a sua
individualidade seria muito mais importante do que tentar encaixá-lo em um
modelo ou qualquer tipo de padrão.
Vemos isso em um documentário lançado há alguns
anos na Netflix.
Nele, a mãe de Adam diz que, quando pequeno, ele não se
enturmava, que esporte não era a sua praia e que ele gostava mesmo era de se
fantasiar, cantar e dançar.
Os pais, reconhecendo então o talento do filho, o
colocaram em um curso de teatro – e é ai que Adam afirma ter finalmente
encontrado a sua turma.
Recentemente, em um post no instagram, Adam disse: “Quando eu era
adolescente, eu realmente não tinha amigos na escola – eu era um solitário com
uma imaginação muito vívida.
Lembro-me de me sentir como um estranho e me
questionar do porquê aquilo ser a minha realidade.
Lembro de chorar para meus
pais e de estar frustrado por não conseguir me conectar com meus colegas.
Acho que foi meu pai quem me disse ‘não se
preocupe, quando você crescer, todos vão te achar legal. Apenas continue sendo
você mesmo, e eles vão te reconhecer’”.
Em um mundo onde cada vez mais existe uma repetição de tudo, um copy/paste
de roupas, fotos e posts, ter contato com uma história assim é
inspirador.
Como diz Marcia Lerinna,
fundadora e CEO da Human Code, a vida não é sobre o certo ou o errado e sim
sobre o que funciona ou não funciona para cada indivíduo.
Marcia criou uma matéria chamada de Mapeamento
Humano que identifica, para cada indivíduo, a Força Essencial (força que
carregamos em nossa essência) e a Ação no Mundo (nossas experiências e nosso
jeito de agir).
Esses dois elementos trazem informações valorosíssimas para que
cada um aprenda a se auto-operar na mais alta frequência possível.
Aprender a enxergar os problemas da vida como
oportunidades de evolução é discurso constante em suas riquíssimas palestras e
apresentações.
“Acredito que as pessoas mudam no processo de
desenvolvimento. E que uma pessoa que tem um perfil não deixa de ser quem ela
é, mas justamente aperfeiçoa seus talentos e comportamentos, amadurecendo”,
afirma Marcia.
Passar a vida toda repetindo padrões que não são seus e que foram impostos pela
sociedade, modismo ou seja lá o que for, nos afasta da nossa essência e
oportunidade de evolução.
Enquanto nós, como pais, educadores, líderes, continuarmos tentando encaixar a
todos em modelos e padrões específicos, pré-definidos e iguais em sua essência,
iremos continuar desperdiçando oportunidades riquíssimas de (re)conhecer novos talentos e ajudá-los a
se desenvolver.
Adam Lambert ficou em segundo lugar no programa
American Idol em 2009. Ao não ser anunciado como o vencedor, ele olha pra mãe,
que está sentada na primeira fila assistindo e diz: “eu queria muito ter
vencido.” Ela então o olha de volta e responde “você venceu!”
E você, tem dúvidas disso?
FLÁVIA IBRI - Especialista trilíngue em desenvolvimento
humano e organizacional, comunicação, estratégia e sucessão.
*divulgação original em https://thinkworklab.com/artigos/ser-voce-mesmo/