BRASIL | Cenário Econômico Setembro 2019

  • Conjuntura

 

 O BACEN cortou novamente a SELIC em 0,50 ponto percentual (p.p.) no COPOM do dia 18 de setembro, por decisão unânime, reduzindo a taxa básica de juros para 5,5% ao ano, nova mínima histórica.

 Apesar da decisão estar em linha com a expectativa do mercado, o viés mais “dovish” do comunicado surpreendeu, deixando claro que há espaço para mais cortes na SELIC.

 A continuidade de um ambiente de inflação corrente baixa, expectativas abaixo da meta no horizonte relevante para a política monetária, expectativa de retomada gradual da atividade e grande ociosidade da economia aumentam o conforto para o Banco Central sinalizar uma ampliação do estímulo monetário.

 Na pauta legislativa, apesar do atraso na tramitação da reforma da previdência no Senado, sua aprovação deve ocorrer em outubro, ajudando a diminuir a incerteza sobre a economia e abrindo espaço para o avanço de outras reformas na agenda econômica.

 Destaque para um saldo líquido de criação de 121 mil vagas no mês de agosto, quinto mês consecutivo de resultado positivo. Isso suporta a valorização dos ativos brasileiros, com exceção do real, que em termos nominais segue no patamar mais depreciado da história (em relação ao dólar americano).

 A produção industrial brasileira cresceu 0,8% entre julho e agosto, melhor do que a alta de apenas 0,2% esperada, em média, pelo mercado.

 

  • Juros

 

 O comunicado destacou a melhora no balanço de riscos para a inflação desde o COPOM anterior e repetiu a sua visão de que os preços estão em níveis confortáveis. Nos diversos cenários analisados, o IPCA fica abaixo do centro da meta para 2019 e 2020, que é, respectivamente, 4,25% e 4,00%.

 Outro aspecto positivo considerado foi o cenário externo, com um viés mais expansionista de política monetária, que beneficia países emergentes, apesar de algumas incertezas relacionadas à redução da atividade econômica em função do aumento do protecionismo global.

 As curvas de juros futuro, tanto nominal quanto real, mostraram mais um forte desempenho no mês de setembro. O Janeiro/21 teve um queda de mais 10.3%, fechando o mês em 4,96%.

 A mediana das estimativas para a taxa básica de juros no fim de 2020 caiu de 4,75% ao ano para 4,50% ao ano entre os economistas que mais acertam as previsões, os chamados Top 5, de médio prazo, segundo a pesquisa semanal Focus, divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira.

 O Boletim Focus do BACEN, do dia 30 de setembro, estimava SELIC de 4,75% para 2019, 5,00% para 2020 (contra 5,25% de 4 semanas atrás) e 6,5% para 2021.

 

  • Câmbio

 

 Foi o primeiro mês na história da moeda em que o dólar fechou acima de R$ 4,0 em todas as sessões, oscilando entre mínima de R$ 4,06 na venda e máxima de R$ 4,183 no mês.

 A queda estrutural (desde o CDI a 14% até os 5,5%) do juro no Brasil faz com que o real permaneça em patamares mais elevados no curto prazo do que estamos acostumados. A política de afrouxamento monetário desse Banco Central do Brasil tem 3 consequências para o BRL:

 Menor atratividade no carrego da moeda: Quando investidor toma dinheiro emprestado em países com menor taxa de juros e aplica onde a taxa de juros é maior, se beneficiando do diferencial da taxa de juros).  Entre as 3 principais classes de ativos (bolsa, câmbio e juros), o dólar é a melhor alternativa para proteção das carteiras (dado que o upside de bolsa no Brasil é grande);  Apesar disso, ainda temos um Banco Central com mais e 300 bi de USD em reservas, quantidade suficiente para aguentar momentos de stress da moeda.

 O Boletim Focus do BACEN, do dia 30 de setembro, projeta taxa de R$ 4,00 no final de 2019 (contra R$ 3,85 de 4 semanas atrás), R$ 3,82 para 2020, R$ 3,92 para 2021.

 

Fonte: ARBITRAL FINANCE

 

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