A saúde mental na pandemia
Idosos
se mostraram mentalmente resistentes.
Bailes funk, festas em sítios reservados e
aglomerações de jovens nas mais diversas localizações estão pulverizadas e são
frequentes.
Poucos dias depois aumenta o número de portadores
da Covid-19, seguida rapidamente pela falta de leitos de UTI nos hospitais.
As evidências sugerem que adolescentes e adultos
jovens, depois de 8 meses de pandemia, apresentam reação ao estresse e às consequências que
o necessário isolamento preventivo determina.
A ação da Covid-19 na mente dos idosos parece
oposta, para surpresa de estudiosos da saúde mental.
Ipsit V. Vahia e colaboradores das universidades
Harvard, da Califórnia e de Pittsburgh, EUA, analisam na revista Jama os
efeitos da Covid-19 na saúde mental de idosos.
Referem os pesquisadores que no começo da
pandemia os idosos apresentaram as complicações mais graves da doença e maior
índice de mortalidade na população.
Por isso, os contatos de idosos com
familiares se tornaram limitados.
Entretanto, ao contrário do que as evidências
sugeriam, esses pacientes mostraram ser mais resistentes à ansiedade, depressão
e transtornos mentais em comparação a jovens.
Nesses casos, segundo os autores, um dos fatores
associados à menor ansiedade dos idosos é a sabedoria, bom senso e a qualidade
das conexões sociais, não o número.
Os autores citam relatório do CDC (Centros de
Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos) sobre a repercussão da
pandemia entre jovens de 18 aos 24 anos: dos 731 participantes, 49,1% relataram
transtorno de ansiedade; 52,3%, transtorno depressivo.
Para a solução desses problemas, a população
brasileira aguarda o início da campanha de vacinação para controlar a pandemia, evitar as
possíveis mortes de idosos e diminuir a disseminação de transtornos mentais e
emocionais na população mais jovem.
Julio
Abramczyk - médico, vencedor dos prêmios Esso
(Informação Científica) e J. Reis de Divulgação Científica
Fonte:
coluna jornal FSP