Faculdade: quanto é preciso guardar por mês para bancar curso superior?


O fim do crédito fácil pelo Fies (programa oficial de financiamento universitário), aliado ao momento de juros em alta, pode servir de incentivo para que os pais comecem a fazer uma poupança que garanta o curso superior dos filhos.

Em cinco anos de investimento, já é possível bancar uma faculdade. Nesse período, colocando R$ 692 mensais na poupança, daria para pagar o curso de direito na faculdade paulista FMU, por exemplo. Ou R$ 574 por mês se a aplicação escolhida fosse um fundo de renda fixa.

Em cinco anos, R$ 1.300 em um fundo PGBL permitiriam pagar mensalidades de até R$ 1.900 durante quatro anos.

OBS.: no curso da SUPORTE – Especialização em Previdência Complementar (de 24 a 26 de junho próximo) – este, e outros cálculos financeiros, serão detalhados.

Quanto antes começar a poupar, menores terão de ser os investimentos mensais. O dinheiro separado para os filhos também deixa os pais mais tranquilos em relação às incertezas sobre as finanças pessoais no futuro.

Há nove anos, quando os filhos gêmeos nasceram, o empresário Ronie Tortorella abriu um plano de previdência para juntar dinheiro e pagar a universidade deles.

No início, desembolsava mensalmente R$ 100 para cada criança. Hoje são R$ 250, que foram reajustados para cobrir a inflação no período.

Karime Xavier/Folhapress

Empresário Ronie Osmar há anos faz uma poupança para pagar a faculdade dos filhos gêmeos

"São valores pequenos, se considerarmos uma mensalidade. Mas no futuro eles vão ter recursos para pagar a universidade ou usar o valor para estudar fora do país."

Para fazer o dinheiro crescer, no entanto, o poupador deve ficar atento a duas variáveis que costumam causar estrago: a inflação e os custos da aplicação.

15 ANOS

Com uma aplicação equivalente a R$ 683 por mês na poupança, durante 15 anos, é possível pagar um curso de administração na FGV em São Paulo, que custa hoje R$ 3.350 mensais.

O cálculo considera que as mensalidades (e possíveis injeções extras de recursos) sejam reajustadas apenas pela inflação esperada de 4,5% (meta que o BC prevê para o país a partir de 2016) e que a poupança tenha um rendimento não muito diferente do atual (veja simulações abaixo).

No caso de mudanças ao longo do caminho, como juros baixos e inflação maior, os depósitos extras deverão ser adaptados à realidade.

Com R$ 200 por mês, durante 15 anos, é possível pagar um curso de R$ 877 mensais, como o de direito na FMU de São Paulo. Se o filho já tiver hoje oito anos e quiser iniciar esse curso aos 18, o esforço para os pais será maior. Nesse caso, as contribuições sobem para R$ 322.

As aplicações em CDBs e fundos de renda fixa e de previdência, além do Tesouro Direto, são alternativas. Tudo depende do tempo disponível para a aplicação.

Para quem não se anima em investir por prazos longos, o consultor financeiro Erasmo Vieira sempre conta a história de uma doméstica que conheceu em Belo Horizonte. Apesar de ganhar pouco, ela comprou terrenos em um bairro mais afastado da capital mineira. "Quando o filho passou na faculdade, ela vendeu os terrenos e pagou o curso em uma só vez", diz.

Fonte: jornal Folha de São Paulo
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