Há respostas para viver demais? Viver por mais tempo. Abandonar
a linha reta para experimentar as possibilidades, a sinuosidade do século
21?Parece filosófico,existencial? É, com muitos aspectos pragmáticos, é claro!
E muitos eu termino colocando em evidência aqui. Mas o tempo tem muitas
dimensões, além da pragmática. Viver de um jeito só, viver uma só história,
linearmente é pouco. Esse jeito não cabe mais no século 21. E - sim - a
aposentadoria é uma dessas linearidades que se transformaram.
Ontem - por dica do professor Nivaldo Cândido Oliveira (
diretor da SUPORTE) - assisti a parte do episódio do programa Terradois,
da TV Cultura, que se propõe a ajudar a pensar as mudanças do tempo que
vivemos. Minha surpresa foi ver o tema aposentadoria figurar
com naturalidade no meio da reflexão. Sem dúvida, precisamos demais e de mais
abordagens como essa.
Este é só um drops da reflexão de ontem. Quer ver mais? Vai lá
no Youtube. Os vídeos do programa estão lá.
Na semana passada, a trabalho, assisti a uma aula do atuário-prodígio João
Marcelo Carvalho (UniAbrapp) que, entre outros assuntos, falava da
securitização do risco de longevidade. Há resistências à ideia que, se há algum
tempo era ficção, hoje é fato. Houve resistências ao projeto da Educação
Previdenciária. As resistências são próprias do estranhamento ao novo. Mas
aos poucos o novo se naturaliza e a vida incorpora essas respostas, essas
soluções.
Ainda que as narrativas do nosso tempo insistam em conservar
padrões experimentados até o século 20, a vida tem outra configuração agora.
Não? Então por que o economista Eduardo Giannetti da Fonseca vai
aparecer no programa Amor & Sexo?
Esse é um caldo diferente. Temos que reconhecer! E desse reconhecimento
dependem as respostas que daremos a nós mesmos para a pergunta: conseguimos
expressar e dar forma a toda a vida que há em nós? Penso que hoje a
resposta pronta ideal para essa pergunta tem só seis letrinhas: sempre! Mas
eu mesma já não sei se isso basta. 2017 trouxe muitas dúvidas para mim. O
que eu sei é que estamos em busca. Muita gente está. Muita gente quer saber. É
meio que o horizonte sem fim. Porque se tiver fim, deixa de ser horizonte.
Eliane Miraglia - mestre
em Ciências da Comunicação, especialista em Gestão de Processos Comunicacionais
e consultora de comunicação, tem participado em projetos com a Suporte
Educacional.
Fonte: blog da Eliane: www.elianemiragliablogspot.com.br