Aconselhamentos
isentos que apenas orientam e não vendem nada para ninguém.
Há dez anos, quando esta coluna de finanças pessoais
começou, havia um pequeno quadro com dicas que valem dinheiro. Fiquei com
saudade, e o artigo de hoje reúne recomendações sobre orçamento e
investimentos.
Estamos em julho de 2020, adaptando a vida e as finanças
para enfrentar a pandemia do novo coronavírus. Perda total ou parcial de renda
atinge milhões de pessoas que estão reavaliando negócios, estilo de vida e
hábitos de consumo coerentes com a nova realidade.
A maioria das dicas e recomendações é perene, não
depende do contexto social, político e econômico.
Algumas, relativas a investimentos, são adequadas para o
momento atual.
Orçamento
– Controle suas despesas, estabeleça prioridades e limites. Nunca gaste mais do
que ganha.
– Pague a você em primeiro lugar, não espere sobrar para investir em você, nos
seus projetos de vida, não vai sobrar.
– Cuidar do seu futuro sem deixar de viver o presente é um desafio. Não será
fácil, mas é possível.
Encontre o equilíbrio para cuidar do seu presente e do
seu futuro.
– Se precisar de crédito, não use o cheque especial nem parcele a fatura do
cartão de crédito. Busque alternativas de crédito mais baratas, como o crédito
consignado.
– Antes de assumir uma dívida, faça um bom planejamento para definir como, com
que dinheiro vai pagar, que despesas serão reduzidas ou eliminadas para
encaixar o novo compromisso.
– Quando classificar suas despesas, tais como moradia, alimentação, saúde, não
cometa o erro de criar uma classe denominada “cartão de crédito”. Ele é apenas
um meio de pagamento. Lance cada uma das despesas efetuadas na categoria à qual
pertence.
Investimentos
– Invista sempre com um propósito. Definir a razão de investir apoia a decisão
de poupar e ajuda a escolher o investimento mais adequado.
– Respeite o seu perfil de investidor ciente de que não existe investimento sem
risco. Não assuma riscos se não tiver conhecimento e não estiver disposto a colocar
parte ou todo o seu capital em risco.
– Procure se educar e ampliar seus conhecimentos. Assim, terá capacidade de
discernimento e senso crítico para avaliar o que serve e o que não serve para
você.
– Não mexa na poupança antiga (depósitos feitos até 4 de maio de 2012), o
rendimento é de 6,17% ao ano líquido!
– A poupança nova, que paga 70% da Selic, perdeu competitividade, mas ainda é
melhor do que muitos fundos e planos com taxa de administração elevada.
– Não mexa no FGTS. A rentabilidade líquida de 3% ao ano é ótima nos tempos
atuais, fica ainda melhor quando acrescida da distribuição de lucros;
estimativa de 4,5% ao ano em 2020.
– Diversifique sem sair da renda fixa, se for esse o seu perfil. Mantenha em
taxa pós-fixada (Selic ou CDI) somente o montante da reserva financeira para
imprevistos e emergências.
– Tesouro Direto, custo de 0,25% ao ano, ainda é uma boa alternativa,
principalmente se for adequado investir em Tesouro Prefixado e Tesouro IPCA+,
de médio e longo prazos.
– Reduza o custo de investir; pesquise e renegocie taxa de administração de
fundos e planos de previdência. Se o custo do seu investimento for superior a
0,25% ao ano, identifique com clareza o valor agregado. Se não houver, evite.
Marcia Dessen - planejadora financeira CFP (“Certified Financial
Planner”), autora de “Finanças Pessoais: O Que Fazer com Meu Dinheiro”.
Fonte: coluna jornal FSP
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