Como se preparar para desemprego


Com a perda de quase 300 mil postos de trabalho no ano, até o final de maio, é notório que o mercado de trabalho se encontra em franca desaceleração. O quadro não só não é mais grave, pois as empresas evitam demitir empregados devido aos altos custos trabalhistas e também por causa da falta de mão de obra qualificada.

As consequências do desemprego são percebidas mesmo por aqueles que não serão demitidos, pois sentirão os impactos negativos em seus trabalhos e suas vidas pessoais. O tema não é muito agradável e eu preferia não ter que escrever sobre este assunto, porém, é melhor se preparar para a realidade do que fingir que nada está acontecendo.

Reserva de pelo menos seis meses

Em épocas de recessão, o ideal é ter uma reserva que permita ficar sem trabalhar por um ano, mas se o dinheiro durar por seis meses já vai ajudar muito.

É difícil saber quanto tempo um desempregado ficará sem trabalhar. O profissional poderá se recolocar em algumas semanas ou levar meses para encontrar uma nova posição.

Em novembro de 2014, de acordo com a Pesquisa dos Profissionais Brasileiros da Catho, que traça o panorama sobre a contratação. Demissão e carreira dos profissionais do país, o brasileiro demorava em média 6,1 meses para se recolocar no mercado de trabalho. A mulher leva mais tempo, 6,7 meses. Esse levantamento entrevistou mais de 26 mil profissionais, sendo que 65% estavam empregados e eram de grandes empresas – aquelas com mais de 500 funcionários.

Ajuste o plano financeiro

O plano financeiro serve para orientar as decisões com relação ao dinheiro. Parece óbvio que o plano deva ser seguido após definido, mas por incrível que pareça, o que mais observo são pessoas mudando seus planos com frequência.

Talvez, o fato de não se obter resultados rápidos, pois em finanças os retornos são alcançados no médio ou longo prazo, os planos são submetidos a constantes modificações.

Todo plano deve ser flexível, todavia, é preciso evitar as tentações de fazer desvios de rotas. Mudar de vez em quando ou fazer ajustes periódicos, tudo bem, mas procure manter a direção sob controle.

O que fazer com os investimentos

Em momento de incertezas é melhor não desafiar o perigo. Mantenha a reserva para emergências aplicada em produtos de baixo risco e alta liquidez como o Órama DI Tesouro Master ou títulos de Tesouro.

Cuidado com produtos com prazos de vencimentos mais longos ou de alta volatilidade se a situação na empresa onde você trabalha não é das mais tranquilas.

Fundos cambiais, de ações e até os fundos multimercado de alto risco podem apresentar variações negativas de curto prazo e a sua preocupação nesse caso é com os próximos meses, assim sendo, reduza essas posições.

Adiar grandes decisões de investimentos

Esse não um bom período para comprar um imóvel ou contrair uma dívida. Os juros estão altos e o futuro ainda é incerto.

O medo de perder o emprego, as dificuldades para encontrar uma nova posição e observar outros trabalhadores sendo demitidos são experiências que podem tornar as pessoas mais pessimistas, com menos apetite por risco e mais desconfiadas do mercado financeiro. Desta forma, é recomendado esperar a situação aliviar para fazer bons negócios.

Impacto na aposentadoria

A disciplina de investir regularmente é logo impactada quando a economia do país está em deterioração. Por isso é muito importante tirar vantagem nos tempos de bonança seguindo um plano para acumular recursos para o futuro.

Se você reduzir as contribuições mensais ou deixar de fazer os aportes regulares a data para se aposentar terá que ser postergada. Para quem ainda nem pensou sobre o assunto, não espere até o próximo ciclo de recessão para começar.

Para finalizar

Quando o desemprego assombra, as pessoas ficam mais estressadas e até passam a trabalhar mais do que antes. No entanto, todo ciclo tem um fim e a situação desconfortável vai passar. Mantenha um plano em curso e utilize dinheiro inteligentemente, pois quando esse período terminar você estará mais fortalecido e suas finanças mais sólidas.

Como está sua reserva para emergências? Você conseguiria se manter por seis meses no caso de perder o emprego?

Sandra Blanco - consultora de Investimentos da Órama, tem mais de 20 anos de experiência no mercado financeiro, é autora dos livros “Mulher Inteligente Valoriza o Dinheiro” (Ed. Qualitymark) e “A Bolsa para Mulheres” (Ed. Campus).

Fonte: site dinheirama
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