Mais uma vez o Banco Central subiu a taxa básica de
juros da economia, que agora está em 11,75%.
A Selic é um tipo de balizador, pois todas as
outras taxas se baseiam nela. Então quando ela sobe, todas as demais costumam subir
também!
Esse foi o assunto da minha entrevista para a Kelly
Matos do podcast
Descomplica Kelly.
Fiz um resumo abaixo do que foi mais interessante
da nossa conversa, mas, se quiser escutar o podcast completo, clique aqui.
Vantagens e desvantagens do aumento da taxa básica
de juros
Uma desvantagem quando os juros sobem é em relação
aos empréstimos e financiamentos. Pois, para você pegar um dinheiro emprestado,
fazer um parcelamento de uma compra com juros ou financiar o seu imóvel,
provavelmente essa taxa de juros vai subir.
A vantagem é que os investimentos atrelados à taxa
de juros pós-fixada passam a render mais a partir da alta dos juros.
Esse é o
caso do Tesouro Selic, ou um CDB atrelado ao CDI, por exemplo.
Por outro lado, os papéis prefixados acabam tendo uma
perda no seu valor.
Com uma taxa mais alta, ninguém vai querer comprar um
título que seja vendido a uma taxa mais baixa.
Por isso, o vendedor precisa dar
um desconto nesse título para que consiga vendê-lo.
As ações também podem ter uma queda, pois fica mais
caro para as empresas poderem se financiar para crescer o negócio.
Por outro
lado, muita gente acaba saindo da renda variável para a renda fixa.
Pois agora,
com juros de 2 dígitos, passa a ser mais interessante investir em produtos
conservadores que, mesmo com baixo risco, estão entregando uma boa taxa de
juros.
Mas, não é porque os juros subiram que é bom
colocar todos os recursos em renda fixa. É importante diversificar a carteira
de investimentos.
As pessoas estão mais atentas às suas finanças
As pessoas agora têm estado mais atentas às suas
finanças e hoje temos muitas opções de informações sobre educação financeira na
internet.
As pessoas já vêm seguindo algum influencer nas mídias sociais. Tenho
visto esse movimento desde o início da queda dos juros em 2016.
Para começar a cuidar das finanças, passe a anotar
todas as suas receitas e despesas.
Depois é preciso entender para onde os
recursos estão indo e tentar direcioná-los para o que realmente importa em sua
vida.
A pessoa pode tentar fazer as coisas que ela quer,
só que de uma maneira melhor, e gastando menos.
Isso acaba dando um pouco mais
de trabalho, mas vale a pena, pois é possível fazer mais com os mesmos
recursos.
Sabemos que falar de dinheiro ainda é um tabu em
muitas casas, mas é preciso encarar isso de frente a começar a cuidar com
carinho das finanças.
Outra orientação importante é: procurar direcionar
os recursos para os investimentos no dia em que recebe.
Deixar para investir o
que sobra no final do mês, acaba não dando certo, já que nunca sobra nada.
Assim a pessoa nunca consegue investir.
É importante guardar para a aposentadoria, para o
nosso “eu futuro”. Não é guardar para uma outra pessoa, é guardar para você
mesmo no futuro!
Qual o maior erro das pessoas no planejamento
financeiro
O maior erro das pessoas é o otimismo exagerado. É
acreditar que tudo vai se resolver sozinho em suas finanças no futuro.
A cena se repete: as pessoas vão deixando para
depois o cuidado com as finanças e quando percebem já ficou tarde.
Muitas vezes chega um cliente com 55 anos, sem
nenhuma reserva e diz que quer se organizar para se aposentar em 5 anos.
Aí não
vai ser uma poupança de 10% do que a pessoa ganha que vai resolver. Claro que
ajuda, mas não resolve.
É muito mais fácil se organizar para a
aposentadoria quando faltam 30 anos para se aposentar, do que tentar fazer isso
quando faltam apenas 5 anos.
E aquela história de que só se vive uma vez? Bom,
só se vive uma vez hoje e só se vive uma vez também quando você estiver bem
velhinho. Então, é preciso se organizar para o hoje e para amanhã.
LETICIA CAMARGO - economista, planejadora
financeira