Para
tentar curar a recassa das
comemorações do Ano-Novo, são usados com frequência efervescentes do tipo
Alka-Seltzer.
Esses
efervescentes têm em sua fórmula, além do princípio ativo, ácido cítrico e
bicarbonato de sódio.
E
esse sódio do bicarbonato é o problema. Estudos relacionam o excesso de sódio a
problemas de saúde.
O
sódio é muito importante para o nosso organismo, desde que não em excesso. A
Organização Mundial da Saúde recomenda apenas 2 g/dia.
Mas,
no Brasil, como relata Flávio Sarno, da UFMG, na "Revista Saúde
Pública", o consumo de sódio está acima da recomendação máxima em todas as
classes de renda.
No
"British Medical Journal", Jacob George e colaboradores da
Universidade Dundee, Escócia, também assinalam a presença do sódio em remédios,
o que pode contribuir para um aumento da sua ingestão sem o conhecimento do
consumidor --que pode ter restrições para consumo de sódio, como ocorre com
hipertensos.
O
grupo analisou prontuários de mais de 1 milhão de pacientes com 61 mil eventos
cardiovasculares. Eles compararam os que tomaram o remédio com efervescente com
os que ingeriram a droga sem o aditivo. Viram um risco 16% maior de ataque
cardíaco no primeiro grupo.
Por
isso George recomenda que remédios com sódio tenham no rótulo destacada a sua
presença, como ocorre com os alimentos.
Julio
Abramczyk – médico, faz parte do corpo clínico do Hospital Santa Catarina,
responsável pelo serviço de cardiologia, é colunista do jornal Folha de São
Paulo.
Fonte: jornal FSP