Custo com seguros para executivos pode dobrar


Contrato está em fase de renovação e, no ano passado, estatal pagou US$ 3,8 milhões
A Petrobras está se transformando para o mercado segurador, ao menos para o segmento que cuida de apólices de responsabilidade para executivos, numa analogia, seria aquele tipo de cliente que passou a bater muitas vezes o carro e, depois, ainda se mudou para um bairro com alto índice de roubo de veículos. A expectativa de profissionais do setor é que o custo da estatal com o seguro D&O (sigla para Directors and Officers Liability Insurance) de seus executivos e membros do Conselho de administração possa até dobrar devido à operação Lava-Jato. No contrato firmado no ano passado, o desembolso foi de US$ 3,8 milhões. A estatal não revela o quanto irá gastar em 2014.
O seguro de responsabilidade civil D&O protege os administradores de perdas resultantes da prática de um ato danoso, desde que não seja algo ilício, como corrupção, ou doloso (intenção de cometer o erro). E é esse tipo de apólice que arca com os custos advocatícios em processos contra executivos e empresas -e a LavaJato deve gerar algumas dezenas de milhões de gastos na defesa.
- Quando se tem um sinistro, as seguradoras fazem a revisão de todo o seguro para calcular um novo preço – explicou o executivo de uma seguradora especializada em coberturas para grandes empresas, que falou sob a condição de anonimato.
Também deve haver grande demanda por parte da Justiça americana, uma vez que a Petrobras está sendo investigada pela Security Exchange Commmission (SEC, o regulador do mercado financeiro americano) e as leis anticorrupção americanas são muito mais severas. A demanda internacional será responsável por grande parte da alta nos custos, que vai na contramão do que estava acontecendo com a Petrobras nos últimos anos. A apólice de 2013 representou uma queda de custo de 7,9%.
O contrato renovado pela Petrobras em 2013 vigorou até o dia 3 de setembro e era de responsabilidade da Itaú Seguros. Foi feita uma renovação temporária para que uma nova licitação pudesse ser concluída. Procurada, a Petrobras não esclareceu se acionou o seguro antes de 3 de setembro. Disse ainda que a renovação está em curso e que a Itaú Seguros deverá emitir uma nova apólice com cobertura de US$ 250 milhões. Há um outro complicador nessa história. Em junho, a Itaú Seguros vendeu a sua área de grandes riscos para a americana ACE. Nenhuma das duas empresas se manifestou sobre o assunto.
Marta Viegas, sócia responsável pela área de Seguros e Resseguros de TozziniFreire Advogados, explicou que, até que haja uma decisão judicial, o seguro tende a arcar com as custas de defesa.
- Mas, se o executivo perder e for configurado dolo, então vai ter que devolver os valores gastos. 

 

Fonte: jornal O Globo / indicação de JSantos Consultoria
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