Ao fracassar com o planejamento para
desenvolver e reter talentos nas organizações, empresas ameaçam o progresso das
mulheres no mercado de trabalho, diz relatório global da Mercer When Women
Thrive
· Previsão para 10 anos mostra
que a Europa e a América do Norte estarão lutando para ter paridade na força de
trabalho; Ásia ocupa a última posição
· Apenas 9% das organizações
oferecem programas específicos de saúde e bem-estar financeiro focado nas
mulheres, sendo que EUA e Canadá estão em primeiro lugar
· Líderes precisam focar no
engajamento de seus executivos e em buscar equidade salarial entre homens e
mulheres
As mulheres estão sub-representadas no
mercado de trabalho global e, se as organizações mantiverem o ritmo atual de
desenvolvimento, a representação feminina globalmente atingirá, em 2025, apenas
40% nas posições profissionais e gerenciais, de acordo com a segunda edição do
relatório anual When Women Thrive da Mercer.
Entre as principais tendências reveladas no
relatório é que a representação das mulheres entre as organizações diminui à
medida que os níveis na carreira aumentam (Figura 1).
"Os métodos tradicionais para o avanço
de mulheres no mercado de trabalho não estão funcionando e, com isso, a
sub-representação das mulheres em todo o mundo tornou-se uma distorção
econômica e social", disse Pat Milligan, líder global da Mercer.
"Enquanto os líderes têm se concentrado em ter mulheres no topo, eles
estão ignorando amplamente a necessidade de desenvolver talentos femininos
internamente para manter o progresso da empresa”.
"Este é um apelo à ação - cada
organização tem uma escolha a fazer: manter o status quo ou alavancar seu
crescimento e o desenvolvimento de sua comunidade e da economia através do
poder das mulheres."
O relatório da Mercer verifica que, embora
as mulheres sejam 50% mais propensas que os homens a serem contratadas no nível
executivo, elas também estão deixando o posto mais alto das organizações 30%
mais que os homens, minando assim os ganhos no topo.
De acordo com o relatório When Women
Thrive, as mulheres constituem, em média, 40% da força de trabalho da empresa.
Globalmente, elas representam 33% dos gerentes, 26% dos gerentes seniores e 20%
dos executivos.
Em termos de rankings regionais, a América
Latina sai na frente ao projetar uma maior representação das mulheres daqui a
20 anos (36% em 2015 para 49% em 2025), seguida por Austrália / Nova Zelândia
(35% em 2015 a 40% em 2015). EUA / Canadá melhorarão em apenas 1% (de 39% para
40%), Europa permanecera estável (37% em 2015 e 2025) e Ásia aparece como última
no ranking (28% contra apenas 25% em 2015) (Figura 2).
"Em 10 anos, as organizações não
estarão equilibradas na distribuição de homens e mulheres na maioria das
regiões do mundo", disse Milligan. "Se os CEO querem conduzir o
crescimento futuro através da diversidade, eles precisam agir hoje."
A pesquisa - o mais completo estudo de seu
tipo contando com a participação de cerca de 600 organizações de todo o mundo,
que empregam 3,2 milhões de pessoas, incluindo 1,3 milhões de mulheres -
identifica uma série de fatores-chave para melhorar os esforços de diversidade
e a inclusão (D & I).
"Não é suficiente criar um programa
tapa buracos", disse Brian Levine, Líder de Inovação da Área Global
Analytics da Mercer. "A maioria das empresas não está focada em seu banco de
talentos nem está centrada nas práticas de apoio e mudança cultural
fundamentais para garantir que as mulheres serão bem sucedidas em suas
organizações."
Apesar da pesquisa da Mercer provar que
programas de aposentadoria focados nas mulheres resultam em uma maior
representação delas no mercado de trabalho, apenas 9% das organizações
pesquisadas globalmente oferecem este tipo de programa, sendo que os EUA /
Canadá ficam em primeiro lugar (14%) neste quesito (Figura 3).
Outras principais conclusões
Outras principais conclusões do estudo
incluem:
• Apenas 57% das organizações afirmam que
seus líderes seniores estão envolvidos em iniciativas de diversidade e
inclusão, com EUA / Canadá ficando em primeiro lugar.
• América Latina ocupa o primeiro lugar no
engajamento de gerentes de nível médio com 51% vs. 39%, globalmente.
• O envolvimento dos homens caiu desde o
primeiro relatório em 2014: em 2014 49% das organizações afirmaram que eles
estavam engajados em esforços de D & I vs. 38% em 2015; EUA / Canadá ocupam
a primeira posição no envolvimento de homens com 43%.
• Apenas 29% das organizações reveem os
resultados de desempenho por sexo, sendo que Austrália / Nova Zelândia ficam em
primeiro lugar.
• EUA / Canadá lideram em igualdade
salarial, com 40% das organizações que oferecem processos formais de revisão
buscando igualdade na remuneração. Comparativamente, este índice é de 34%
globalmente. Na Ásia o índice é de 25% e na Europa 28%; mas praticamente não há
melhorias verificadas desde 2014.
• 28% das mulheres ocupam papéis na área
financeira com a América Latina ficando em primeiro lugar (47%), seguida pela
Ásia (27%), Austrália / Nova Zelândia (25%), EUA / Canadá (22%) e Europa (17%).
• As mulheres são reconhecidas por terem
habilidades únicas necessárias no mercado de trabalho de hoje, incluindo:
flexibilidade e adaptabilidade (39% das organizações dizem verificar isso nas
mulheres vs. 20% que dizem que os homens têm isso como pontos fortes);
gerenciamento de equipes (43% vs. 20%) e inteligência emocional (24% vs. 5%)
(Figura 4).
• EUA / Canadá estão em primeiro lugar ao
fornecer treinamento para apoiar os empregados em assuntos ligados a licença
maternidade/ paternidade, bem como ao oferecer programas personalizados de
aposentadoria por gênero.
• Cerca de metade das organizações em três
principais regiões - Ásia, EUA / Canadá e América Latina - concordam que apoiar
a saúde das mulheres é importante para atrair e reter mulheres, mas apenas 22%
fazem análises para identificar as necessidades de saúde específicas de gênero
no mercado de trabalho.
O relatório também perguntou para as
organizações sobre o acesso e uso de programas de benefícios importantes para
as mulheres, incluindo horários de trabalho parciais ou flexíveis, licença
maternidade, licença paternidade, assistência à infância, assistência aos mais
velhos, orientação e muito mais.
Figura 1: a representação das mulheres cai
à medida que o nível da carreira aumenta
Fonte: Mercer, When Women Thrive
Figura 2: Representação da mulher no mercado de trabalho atualmente e
projetada para 2025 nos níveis profissionais e acima se o número de admissões e
demissões se mantém.
Fonte: Mercer, When Women Thrive
Figura 3: Ranking global dos principais esforços de diversidade, desde o
envolvimento dos executivos em relação à igualdade salarial a programas de
aposentadoria focados nas mulheres
Fonte: Mercer, When Women Thrive
Figura 4: As habilidades das mulheres e dos homens
são únicas
OBS.: para mais informações e para o relatório completo: www.whenwomenthrive.net
Carolina Mazza Wanderley – principal da MERCER New York
Fonte: MERCER