Profissional mais
afetado por IA será aquele com diploma (e o que pensava estar seguro), diz CEO
Estudo americano
revela que profissionais de finanças e tecnologia serão os mais afetados pela
IA – e os que mais precisarão se preparar para o futuro com a inteligência
artificial
Houve um tempo em que era comum acreditar que os profissionais
mais afetados pela inovação tecnológica seriam aqueles com baixa instrução, sem
formação universitária e em cargos menos estratégicos para as companhias.
Mas
um estudo recente sugere que os trabalhadores mais impactados pela
inteligência artificial serão os “de colarinho branco, com empregos bem
remunerados e em setores como finanças e tecnologia.”
As informações são de uma reportagem do The New York Times,
publicada na última quinta-feira (1), que utilizou dados de uma pesquisa
realizada pelo centro de pesquisas Burning Glass Institute em
parceria com a associação de recursos humanos SHRM.
“Não há dúvida
de que os trabalhadores mais afetados serão aqueles com diploma universitário,
e essas são as pessoas que sempre pensaram estar seguras”, afirmou
Matt Sigelman, CEO do Burning Glass Institute, em entrevista ao jornal
americano.
Para ir contra essa tendência, é
preciso capacitação
No entanto, de acordo com
especialistas ouvidos pela reportagem, não é provável que a IA acabe com as
posições de trabalho.
O que deve acontecer, segundo eles, é uma mudança
na forma como as oportunidades de empregos são estruturadas (isso
inclui as habilidades, experiências e certificações que devem ser mais exigidas
por recrutadores).
“Os trabalhadores precisam se
preparar para um futuro em que a inteligência artificial deverá desempenhar um
papel significativo em muitas posições de trabalho que, até agora, têm
permanecido praticamente intocadas pela disrupção tecnológica”, diz a matéria.
O relatório reforça a
necessidade de investir na capacitação para preparar os trabalhadores
para esse novo momento profissional.
“Empresas e governos terão de investir
seriamente para se anteciparem a esta situação”, recomendou o executivo-chefe
da SHRM, Johnny Taylor Jr., em entrevista ao The New York Times.
GUILLHERME SANTIAGO – jornalista, colunista da EXAME