Antes de se jogar nas compras, faça a lição de
casa! Se você pretende aproveitar os descontos oferecidos pelas lojas na última
sexta-feira de novembro, duas sugestões principais: defina quanto poderá
gastar; compare preços antes e durante a promoção, para não ser enganado. Caso
contrário, o estímulo ao consumo pode funcionar somente para o
superendividamento.
A tendência é que os consumidores aproveitem a
concentração de ofertas - reais ou não - para comprar produtos mais caros. Faz
sentido, porque os descontos, nesse caso, seriam mais relevantes para o bolso.
Fica chato bater na mesma tecla, mas não se
recomenda comprar o que não precisamos, somente para desfrutar das ofertas.
Lembro que muitas lojas aumentam os preços dos produtos às vésperas da promoção
e depois oferecem descontos sobre o item mais caro do que o normal. Ou seja,
noves fora, zero.
Além de saber direitinho quanto custa o que você quer
comprar, há que levantar todas as informações possíveis sobre o objeto do
desejo. Digamos que você pretenda comprar uma TV com mais recursos tecnológicos
e tela maior. Qual o preço médio antes da Black Friday? Você tem dinheiro para
comprar sem se endividar? Já decidiu qual o preço máximo que justificaria o
negócio?
No caso de aparelhos mais sofisticados, também é
fundamental detalhar as funções desejadas, modelo, características técnicas.
Antes da sexta-feira dia 24, porque, na correria para comprar mais barato,
podemos cometer algum erro de avaliação.
Guarde todos os anúncios referentes ao produto que
pretenda adquirir. Dessa forma, se houver maquiagem do preço será possível
comprovar a fraude.
Temos, também, de confiar na loja em que faremos a
compra. Ela costuma entregar os produtos no prazo combinado? Atende bem o
cliente quando há algum problema? Se você não conhece e não tem nenhuma
referência, talvez seja melhor não arriscar.
Atenção aos preços muito inferiores à média de
mercado. Nesse caso, talvez o produto seja pirata, esteja fora de linha ou
tenha defeitos recorrentes de fabricação. Faça uma pesquisa para verificar se
há queixas sobre este modelo ou contra o fornecedor do produto.
O Procon, por exemplo, tem monitorado preços para
conferir as ofertas anunciadas. Também tem uma relação dos sites que devem ser
evitados.
Prepare-se bem para aproveitar, realmente, as
promoções da Black Friday, sem ficar de ressaca nos dias seguintes, porque o
preço não era tão bom, o produto não foi entregue ou problemas semelhantes.
Maria Inês Dolci - advogada, é especialista em
direitos do consumidor, especializou-se em direito empresarial.
Fonte: coluna jornal FSP