Empreendedorismo
e inovação andam de mãos dadas. Empreendedores que lançam produtos ou serviços
sem introduzir nenhuma inovação geralmente ficam em desvantagem, pois terão um
custo superior a seus concorrentes em função da curva da experiência.
Isso
porque, em geral, quanto mais tempo uma empresa está no mercado, mais ela
consegue baixar seus custos, pois sua experiência permite que ela consiga os
melhores fornecedores, obtenha descontos, seus funcionários já estão treinados,
entre outros fatores.
A
inovação pode se dar de várias formas. Pode estar relacionada a um novo
produto, processo produtivo ou até mesmo a um modelo de negócio.
Nos
últimos anos várias tendências de inovação apareceram no mercado. Na década
passada, consolidou-se a inovação aberta, em que as empresas aumentam o escopo
das fontes de inovação.
Antes,
a inovação era basicamente interna, advinda de seus departamentos de pesquisa e
desenvolvimento. As empresas se orgulhavam em dizer que todos os novos produtos
eram criados por ela.
Hoje
as organizações buscam inovação entre seus fornecedores, universidades,
comprando de outras empresas e até mesmo entre seus clientes.
Mais
recentemente, surgiu a inovação frugal, em que empresas utilizam sua expertise
para reduzir os custos de produção, eliminando itens não essenciais para o
desempenho do produto. O que caracteriza a inovação frugal não é simplesmente o
produto barato e de má qualidade, mas sim o produto barato que possui um
desempenho satisfatório.
Seu
público principal é a população de baixa renda em mercados emergentes, com a
Índia aparecendo como um dos principais mercados. Não é à toa que este país
lançou o Tata Nano, o carro mais barato do mercado.
O
Brasil também deu sua contribuição à inovação frugal. Quem não se lembra dos
famosos tanquinhos, substitutos das máquinas que não centrifugavam, apenas
batiam a roupa? Foi um grande sucesso de vendas entre as classes D e E.
Tales Andreassi - professor e vice-diretor da
Escola de Administração de Empresas da FGV-SP.
Fonte:
coluna jornal FSP