O termo República de Bananas nasceu para menosprezar países da
América Central dependentes deste produto e, como consequência, facilmente
manipuláveis política e economicamente. Bananas e outras commodities são
produtos ou serviços com pouco ou nenhum diferencial, e que por isso podem ser
substituídos pelo produto ou serviço oferecido pelo vizinho com facilidade.
Cada vez mais, profissionais também têm virado commodities.
A aceleração e a rápida disseminação dos avanços tecnológicos
têm colaborado para uma commoditização generalizada. No passado, uma empresa
que lançava um novo produto desfrutava de uma vantagem competitiva
significativa em relação aos concorrentes por mais tempo. Hoje, na maioria das
vezes, concorrentes conseguem lançar produtos similares ou melhores em prazos
cada vez mais curtos. Um exemplo é a indústria de celulares. Em poucos anos
surgiram novos líderes, e líderes pioneiros sumiram ou encolheram
substancialmente.
Para evitar a
commoditização de seus produtos, as empresas tentam, com níveis de sucesso
variáveis, diferenciar produtos muito parecidos, usando detalhes técnicos,
cores e formas distintas.
A menina dos olhos dos
pregadores da inovação é provavelmente a Apple. Com produtos de uso fácil e
design arrojado, a Apple transformou aparelhos eletroeletrônicos em objetos de
desejo e status. Ainda assim, a própria Apple tem sentido cada vez mais a
mordida da concorrência, que não só copia suas inovações, mas acrescenta
outras.
Inovar sempre épreciso; hoje, ainda mais. De 2004 a 2010, a economia brasileira
expandiu-se a um ritmo médio de 5% a.a. incorporando mão de obra ao mercado de
trabalho e usando mais a infraestrutura existente. De lá para cá, estes fatores
produtivos se esgotaram e nosso ritmo médio decrescimento desceu para 2% a.a. Para crescer de forma acelerada já
não basta colocar mais gente para trabalhar. O desafio agora é produzir mais
sem mais gente. Em resumo, não só está cada vez mais difícil manter
diferenciais em relação à concorrência, mas sem estes diferenciais, as empresas
instaladas no Brasil estão condenadas a crescer menos.
A solução é inovar.
Pode ser na forma de atendero cliente. Seja um produto ou um serviço, toda empresa oferece uma
solução para uma necessidade de seu cliente. Como melhor suprir esta necessidade?
Mude a forma de encarar seu próprio negócio. Por exemplo, em 1987 a Brasilata,
uma empresa de embalagens, implantou um programa pedindo sugestões de melhorias
a todos os seus funcionários, que passaram a ser vistos como “inventores”. Em
2008, cada inventor propôs, em média, 145 melhorias.
Está pensando que esse
papo de inovar vale só para as empresas, não para você? Pense mais um pouco. A
alta dos salários nos últimos anos levará as empresas a substituirfuncionários por máquinas, agora mais baratas, o que somado a um
crescimento econômico mais lento deve elevar a taxa de desemprego.
Qual o seu
diferencial? O que você faz melhor do que os outros? O que o torna único aos olhos
de quem o contrata? Por exemplo, segundo meus clientes, no meu caso
é a capacidade de transformarconceitos econômicos complexos e que parecem distantes do dia a dia
das empresas em algo simples e que as ajuda a desenvolver estratégias que as
tornam melhores do que seus concorrentes. Descobriu o seu? Não? Então,
pesquise, prepare-se, estude,
vá à luta e arranje um bom diferencial. Você não quer virar banana, quer?
Ricardo Amorim -
apresentador do ManhattanConnection da Globonews, colunista da revista IstoÉ,
presidente da Ricam Consultoria.
Fonte: http://ricamconsultoria.com.br/news/artigos/palestra_inovacao_economia_brasil