8 razões para o jovem se convencer a pensar na aposentadoria


Os jovens não costumam poupar para a aposentadoria. Segundo o Indicador de Educação Financeira, elaborado pela Serasa Experian e pelo Ibope Inteligência, 62% dos jovens de 16 a 24 anos não poupam especificamente para essa finalidade, nem planejam a aposentadoria.

Nessa faixa etária, apenas 31% fazem contribuições ao INSS, de forma a terem direito de, ao menos, receber um benefício pela Previdência Social. E só 1% do público tem planos de previdência privada.

Entre os jovens de 25 a 34 anos, nada menos que 49% não poupam para a aposentadoria nem a planejam.

Afinal, essa época da vida parece tãããão distante de quem está nos seus vinte ou trinta e poucos anos, que parece que não vale o esforço. Além disso, os jovens ainda têm muitos objetivos financeiros para atingir antes de começar a pensar em aposentadoria.

“Eles dizem que vão começar a poupar para a aposentadoria depois que comprarem um carro, fizerem determinada viagem, comprarem um apartamento”, diz Eder Carvalhaes da Costa e Silva, especialista em previdência privada e atualmente conselheiro deliberativo do fundo de pensão Enerprev.

Então para que se preocupar tão cedo, certo? Errado! Entenda por que poupar para a aposentadoria desde cedo, ainda que pouco, é um bom caminho:

1. Quem não contribui nem com o INSS não receberá mais que um salário mínimo

A partir dos 65 anos, quem nunca contribuiu para o INSS, não tem reservas próprias, nem pode ser sustentado pela família tem direito a receber um salário mínimo como assistência social.

O salário mínimo nacional hoje é de 724 reais, e ele é corrigido anualmente com base na inflação e no crescimento da economia.

2. Mesmo que você contribua para o INSS, é bem provável que a Previdência Social não seja suficiente

Supondo que a Previdência Social no futuro funcione como hoje, é provável que ela não seja suficiente para lhe garantir, sozinha, uma vida confortável na aposentadoria.

Em primeiro lugar, ainda que você ganhe um alto salário como celetista por boa parte da vida, a contribuição que você pode fazer à Previdência e o benefício que você pode receber de aposentadoria pelo INSS estão limitados a um teto.

Em 2014, o teto do benefício é de 4.390,24 reais. Esse valor é corrigido anualmente pela inflação, para que haja mais ou menos uma manutenção do poder de compra do valor das aposentadorias. Então, pense no poder de compra que esse valor tem hoje.

Para muita gente esse valor não é suficiente e haverá uma brusca queda do padrão de vida, particularmente para quem pretende continuar morando numa grande cidade.

Além disso, não é nada fácil receber o benefício máximo do INSS. O salário de benefício é calculado com base na média dos 80% maiores salários de contribuição, corrigidos monetariamente.

Ou seja, é calculado com base em valores distintos. Dificilmente os 80% maiores salários de contribuição de uma pessoa são todos correspondentes ao teto.

Quem se aposenta por tempo de contribuição pode ter seu benefício reduzido pela aplicação do fator previdenciário. Já quem se aposenta por idade pode até ter seu benefício aumentado, mas teria que se aposentar mais tarde que a idade mínima.

3. Os gastos com saúde são mais pesados para os mais velhos

Os gastos com saúde aumentam muito na aposentadoria, com planos de saúde mais caros, maior consumo de medicamentos e talvez até algumas assistências especiais, como cuidadores e enfermeiros, na fase mais avançada da terceira idade.

4. Você vai viver para caramba e pode ser que gaste mais com lazer

Quando se é jovem, é comum ter vontade de viver o momento. Afinal, “eu posso morrer amanhã”. De fato, qualquer pessoa, de qualquer idade, pode morrer amanhã. Mas e se você não morrer amanhã? Nem em 20, 30, 40 ou 50 anos?

A expectativa de vida do brasileiro só aumenta. Era de 71,3 anos para os homens e 78,5 anos para as mulheres em 2013, e passará para 78 anos e 84,4 anos, respectivamente, em 2060.

Isso significa que você provavelmente ainda terá saúde e disposição no começo da aposentadoria. E pode ser que você e seus amigos da mesma geração não estejam muito a fim de ficar em casa com os netinhos ou na pracinha jogando damas nessa fase da vida.

Talvez você queira sair e viajar com mais frequência. Quem sabe fazer os cursos e se dedicar aos hobbies com os quais você sempre sonhou. Junte-se isso com o aumento nos gastos com saúde, e no fim das contas seus gastos podem aumentar, em vez de diminuir como normalmente se espera.

5. Poupar, mesmo que para um objetivo tão distante, não precisa ser uma tarefa chata

Deixar de consumir agora para ter um benefício maior no futuro é, sem dúvida, um sacrifício. Mas isso não quer dizer que você não possa tornar essa tarefa mais interessante e até divertida.

Para Eder da Costa e Silva, os jovens têm a mente aberta e mais livre de preconceitos, sendo mais preparados para não encarar a poupança como uma coisa chata.

Em um post em seu blog, ele lembra um episódio do livro “As aventuras de Tom Sawyer”, livro icônico da literatura infanto-juvenil americana, de autoria de Mark Twain.

Em uma passagem, Tom Sawyer, um garoto de 12 anos, deseja brincar com os amigos, mas sua tia o manda pintar a cerca ao redor da casa antes disso.

Sawyer começa a pintar a cerca e cantarolar bem alto, como se estivesse fazendo algo muito divertido. Seus amigos se aproximam e o chamam para brincar, mas o garoto diz que não quer ir porque já está se divertindo muito.

Os colegas pedem, então, para Sawyer deixá-los pintar um pouco. Ele permite, mas começa a cobrar dos amigos, afinal, está proporcionando a todos uma grande diversão. No fim das contas, além de ganhar dinheiro, Tom Sawyer fica apenas olhando os amigos trabalharem.

O jovem não foi apenas empreendedor. Ele “tornou” divertido algo que era chato, para si e para os outros.

6. As coisas ficam mais fáceis se você visualizar o que quer fazer na aposentadoria

Mas como tornar a poupança para a aposentadoria algo divertido? Em vez de poupar para um objetivo genérico (“aposentadoria”), poupe para o que você gostaria de fazer lá na frente. Viajar? Dedicar-se às suas paixões, por hobby ou profissionalmente?

Ainda que você não pare de trabalhar completamente, ter reservas pode lhe possibilitar reduzir o ritmo, mantendo uma fonte de renda ligada ao trabalho, mas ainda dando espaço para que você tenha mais qualidade de vida.

O educador financeiro Gustavo Cerbasi recomenda que cada pessoa tenha um plano para a aposentadoria – um plano do que você quer fazer quando chegar lá. Se você poupar para um objetivo definido, para o seu “eu aposentado”, em vez de para um objetivo genérico, a coisa vai ficar mais fácil.

7.  Dá para poupar para todos os seus objetivos ao mesmo tempo, mesmo que seja pouco

Você pode estar pensando: mas sobra muito pouco para poupar para a aposentadoria com tudo o que eu quero ou preciso comprar antes! A dica de Éder da Costa e Silva é que o jovem poupe para todos os seus objetivos simultaneamente, separando-os em “caixinhas” diferentes.

Ou seja, um investimento ou carteira de investimentos diferente para cada objetivo. “O jovem pode poupar menos para os objetivos que estão mais distantes, como a aposentadoria, e mais para os que estão mais próximos”, diz o especialista.

Ou seja, haverá a poupança do carro, a da viagem, a da casa própria e a da aposentadoria. Depois de atingir um objetivo, você pode redistribuir os percentuais de poupança para os objetivos ainda por alcançar. O importante é criar o hábito de poupar para diferentes objetivos, mesmo que seja pouquinho.

8. Você tem o tempo a seu favor

A melhor época para começar a investir para a aposentadoria não é quando ela estiver na próxima esquina, mas quando se é jovem. Assim, é possível poupar menos por mês e ainda ter um bom resultado no futuro.

“Os juros ao longo do tempo têm um efeito multiplicador muito grande. Trinta anos de rentabilidade em investimentos fazem o dinheiro dar um salto gigante”, diz Júlio Leandro, superintendente de Serviços ao Consumidor da Serasa Experian.

Fonte: site https://www.monetar.com.br

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