A escolha do financiamento imobiliário
Todo
cuidado é pouco na hora de escolher o tipo de juro que irá corrigir esse
financiamento.
Comprar a casa própria é o sonho de muita gente.
Pagamento à vista, privilégio de poucos. Sendo assim, o financiamento imobiliário pode ser a
solução para realizar o sonho.
Entretanto, um detalhado planejamento deve ser feito antes
de assumir um compromisso tão longo e relevante para as finanças pessoais.
Todo
cuidado é pouco na hora de escolher o tipo de juro que irá corrigir esse
financiamento: juro prefixado, TR mais juros, IPCA mais juros ou índice que
corrige a poupança mais juros.
A taxa de juros varia de acordo com a modalidade do contrato, e,
embora possa parecer menor em alguns casos, a escolha deve levar em conta o
custo total, considerando também o índice que corrige o capital.
A TR é calculada pelo Banco Central, e o redutor, contido em sua
fórmula, tem sido suficiente para zerar a variação dela desde 2018.
Podemos
garantir que permanecerá zero nos próximos anos? Não, mas tende a ser o mais
inofensivo dos três indicadores. A Caixa cobra a partir de 6,95% ao ano mais
TR.
No caso do IPCA, o risco é a inflação, sem nenhum redutor que
possa suavizar seu impacto no bolso do devedor de um financiamento corrigido
por esse índice.
A Caixa divulga taxas de juros entre 2,95% e 4,95% ao ano mais
IPCA.
O Itaú oferece essa nova modalidade com taxa de juros a partir
de 3,99% ao ano mais a rentabilidade da poupança, atualmente de 70% da Selic.
A taxa prefixada é maior exatamente porque nenhum índice é usado
para corrigir a dívida além da própria taxa de juros.
Bom para quem deseja
evitar surpresas e conhecer antecipadamente quanto vai pagar. A Caixa oferece a
modalidade com juros entre 8% e 9,75% ao ano.
Fique atento porque nem sempre a taxa mais baixa resulta em
custo total menor.
As taxas mencionadas não incluem custos adicionais, como
seguros obrigatórios, encargos contratuais e avaliação do imóvel, itens que
compõem o Custo Efetivo Total.
Os contratos financiam até 90% do valor da compra, com prazo de
pagamento entre 10 e 30 anos.
Quanto maior a entrada, menor será a dívida, mas
não se esqueça de reservar dinheiro para os custos de documentação de cerca de
5% do valor do imóvel, devidos na assinatura do contrato.
O valor da prestação é dividido em amortização (devolução do
capital emprestado) e juros; dependendo do sistema escolhido, os valores podem
crescer ou decrescer ao longo do tempo.
SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO
Os dois tipos de financiamento mais frequentes são
o SAC (Sistema de Amortização Constante) e o Sistema Price.
No SAC, as amortizações são constantes, e os juros
diminuem ao longo do financiamento.
As parcelas iniciais são maiores; como a
amortização é mais rápida, o montante de juros é menor. Se a prestação inicial
couber no orçamento, as futuras tendem a ser pagas com menor esforço.
Na Tabela Price os juros são decrescentes, e as
amortizações, crescentes, resultando em prestações de valor relativamente fixo;
o custo de juros é superior ao SAC.
Evite contratos corrigidos pelo IGP-M, índice
adotado pelas construtoras que financiam diretamente a venda dos imóveis.
Perigo à vista!
PORTABILIDADE
Para reduzir o custo do financiamento de um
contrato antigo, negocie com o credor uma redução dos juros. Se não obtiver
sucesso, a portabilidade para outra instituição financeira é uma alternativa.
O
vencimento e as condições do financiamento (Tabela Price, SAC, indexador TR ou
IPCA) tendem a ser mantidos, com uma taxa de juros mais favorável.
Marcia
Dessen -planejadora financeira CFP
(“Certified Financial Planner”), autora de “Finanças Pessoais: O Que Fazer com
Meu Dinheiro”.