Prepare-se
para garantir o sustento e preservar a qualidade de vida na aposentadoria
A principal preocupação de Robson é não saber qual será
a rentabilidade das aplicações, se será superiorà inflação, e como tentar melhorar o retorno, respeitando os riscos
que considera aceitáveis.
Infelizmente, não temos nenhum controle sobre a
rentabilidade futura das aplicações do mercado financeiro, muito depende da
economia local e internacional, além das políticas monetárias adotadas pelo
governo.
Como a incerteza é grande, é recomendável ignorar o
rendimento em termos absolutos e pensar em taxa de juros real,
acima da inflação, e líquida, após custos e impostos. Ser prudente utilizando
taxa conservadora na simulação, cerca de 1% ao ano para investimentos de baixo
risco e 3% ao ano para risco, parâmetros médios aceitáveis na conjuntura
econômica atual.
Importante lembrar que ele estará na fase de
desinvestimento, não fará aportes e realizará saques frequentes. Liquidez é
fundamental em boa parte dos ativos da carteira.
Risco baixo, no máximo moderado, é o nível de risco
adequado. Embora o período seja longo (20 anos ou mais), esse dinheiro não
aceita riscos elevados, o objetivo é preservar o patrimônio com o melhor
rendimento possível, sem colocar o capital em risco.
Uma forma de aumentar o retorno sem correr mais risco é
reduzir os custos, negociando com as instituições financeiras em busca de dois
atributos, rentabilidade e liquidez.
Ativos isentos de Imposto de Renda, protegidos pelo FGC
(Fundo Garantidor de Créditos), bons fundos de investimento e planos de
previdência com carteiras diversificadas e risco diluído são boas alternativas.
Robson atualizou detalhadamente o orçamento doméstico,
projetou redução em algumas despesas e aumento em outras, como as relacionadas
à saúde.
Descontou o valor da pensão social do INSS e, supondo o
pior cenário, de nenhuma renda proveniente de trabalhos eventuais, calculou o
valor dos saques mensais.
Utilizou taxa de juros real líquida de 1% ao ano na
simulação e respirou tranquilo ao saber que o capital não se esgota antes dos
cem anos de idade. Muito confortável saber que não precisará correr riscos
desnecessários nos investimentos para tentar esticar a renda da carteira para
fechar a conta de cada mês.
Antes, mantinha relacionamento com cinco instituições
diferentes tentando ganhar alguns reais a mais. A tendência agora é concentrar
as aplicações em no máximo duas casas, ganhando acesso a segmentos de maior
prestígio, com ofertas mais competitivas, além de atendimento personalizado.
Alguns colegas de Robson, demitidos na mesma época, não
foram previdentes, privilegiaram o presente negligenciando o futuro, estão em
busca de trabalho, única fonte de renda complementar possível para eles.
Marcia Dessen - planejadora financeira CFP (“Certified Financial
Planner”), autora de “Finanças Pessoais: O Que Fazer com Meu Dinheiro”.
Fonte: coluna jornal FSP