O que são os Oito Princípios
Ibasho para garantir uma longevidade saudável
Singapura tem um projeto para
aumentar a expectativa de vida dos seus cidadãos em cinco anos até 2050.
É verdade que Singapura
ocupa uma área que equivale à metade da cidade de São Paulo e tem uma população
de 5 milhões de pessoas, mas, mesmo assim, o projeto do governo para garantir
mais anos saudáveis aos seus cidadãos é ambicioso: aumentar a expectativa de
vida em três anos na próxima década e em cinco até 2050.
O piloto da ação se concentra no
Distrito da Saúde de Queenstown, onde vivem perto de 100 mil pessoas, sendo que
22% acima dos 65 anos.
No local, foi criada uma parceria que reúne a
Universidade Nacional de Singapura, o sistema público de saúde e a autoridade
de planejamento urbano, com a participação dos residentes.
Todos os esforços
são para estimular a adoção de um estilo de vida saudável, a convivência social
e um senso de pertencimento e propósito.
Quem coordena a iniciativa é
John Eu-Li Wong que, em seminário on-line realizado
pela universidade, enfatizou que, entre os componentes do quadro de saúde de um
indivíduo, 60% estão vinculados a fatores ambientais, comportamentais e
sociais.
A visão que o move é que as sociedades bem-sucedidas no século XXI
devem gerar bem-estar, engajamento e produtividade, segurança, coesão e
equidade:
“Populações longevas não são um
problema para a sociedade; na verdade, o problema são as barreiras que impedem
as pessoas de chegar à velhice com boa saúde para continuar a florescer e
contribuir para a família e a sociedade”.
Ele afirma que é preciso criar
um ecossistema que altere a trajetória de vida normal, tal como a conhecemos,
para uma trajetória ótima, com foco em hábitos saudáveis: “isso começa antes da
gestação, mas já podemos otimizar o quadro a partir da faixa entre os 30 e 40”.
Os Oito Princípios Ibasho se aplicam a todas as idades, mas há uma ênfase
especial para acolher quem passou dos 60.
São eles:
- A sabedoria dos mais velhos: idosos são um ativo valioso para a
sociedade.
- Rotina de encontros: são necessários lugares informais de
convivência para alimentar os relacionamentos.
- Inclusão: todos os moradores participam da vida comunitária.
- Pertencimento: os membros da comunidade têm voz sobre a
implementação das medidas.
- Intergeracionalidade: as gerações se envolvem juntas nas
atividades.
- Legado cultural: cultura e tradição locais são respeitadas.
- Resiliência: as comunidades são ambiental, econômica e socialmente
sustentáveis.
- Abraçar a
imperfeição: o crescimento da comunidade é orgânico e aceita falhas e
percalços com leveza.
Foram criados 37
indicadores nos cinco grandes domínios que vão reger as políticas públicas:
bem-estar, engajamento e produtividade, segurança, coesão e equidade.
Em
bem-estar, por exemplo, entram saúde geral (expectativa de vida, capacidade
funcional etc.), saúde mental e saúde geriátrica; em produtividade, além do
nível de emprego, há a preocupação com o equilíbrio entre vida pessoal e
profissional; a coesão mede a rede de suporte social dos cidadãos, como a
quantidade de residentes que podem contar com pelo menos um membro da família.
A equidade é a avaliada com base nos outros quatro domínios. Será um alento se
der certo lá.
G1