A qualidade de vida e o bem-estar emocional justificam melhor a
atividade sexual do idoso do que a ausência de sintomas depressivos, segundo
estudos recentes.
A professora Maria Kleinstauber analisa em artigo de revisão na
revista "Current Opinion in Psychiatry" os fatores associados com a
saúde sexual e o bem-estar de idosos em idade avançada (older adulthood).
Na relação entre idade e saúde sexual, explica a pesquisadora, a
idade por si só não é um fator apropriado.
É mais provável ser moderado pelo gênero (homem ou mulher) e
variáveis como religião e condição da saúde física. E também, acrescenta
Kleinstauber, a sexualidade é um campo bastante influenciado por aspectos
culturais relacionados a grupos étnicos.
A revisão mostra que a associação de fatores específicos varia
entre diferentes facetas da saúde sexual em pessoas idosas.
A satisfação sexual ou desejo sexual não declina necessariamente
com o aumento da idade, especialmente em mulheres.
Para o aumento do desejo sexual é dado como exemplo que a
afeição se transforma e é muito importante para a satisfação sexual com o
aumento da idade.
Kleinstauber sugere treinar os cuidadores de idosos com
conhecimentos sobre riscos e medidas protetoras relacionadas à atividade
sexual, a fim de estimular conversas com eles sobre esses temas.
Tal treinamento poderá contribuir para melhorar a comunicação
entre idosos e seus geriatras.
Júlio Abramczyk - Médico formado pela Escola
Paulista de Medicina/Unifesp, faz parte do corpo clínico do Hospital Santa
Catarina, onde foi diretor-clínico.
Fonte: coluna jornal FSP