Saiba como os maiores gestores estão investindo, que riscos enxergam e quais seus resultados


Se você acha que o ano está difícil para as aplicações financeiras, você não está sozinho. 

Os cinco maiores gestores independentes de recursos compartilham da mesma angústia.

Segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), Ibiuna, Kapitalo, Legacy, SPX e Verde estão entre cinco maiores gestoras de recursos do país.

Estes gestores acumulam de forma conjunta um patrimônio de mais de R$ 160 bilhões. 

Suas opiniões são acompanhadas da mesma forma como investidores seguem o que Buffett fala.

Sempre é importante escutar profissionais experientes e esta visão é fornecida gratuitamente para você em suas Cartas Mensais.

As cartas referentes ao mês de julho foram divulgadas nesta semana. Nelas, eles comentam sobre o desempenho e expectativas. 

Nos comentários, algo foi unânime, a frustração pelos resultados. A rentabilidade neste ano (quadro abaixo) não está brilhante como outrora.

Rentabilidade dos principais gestores independentes de fundos multimercados brasileiros e da média geral brasileira, representada pelo IHFA (índice da Anbima de fundos multimercados), no ano de 2021 até julho.

Luis Stuhlberger, gestor do fundo Verde, explicita esta frustração quando menciona:

“O mercado brasileiro vem sofrendo nos últimos dois meses, indo na direção contrária da nossa expectativa, que associava a aceleração da vacinação com reabertura econômica.”

Como sempre falei a meus alunos: a única coisa certa em investimentos é que em algum momento estaremos errados. Descobrir quando e onde é parte fundamental para o sucesso.

Mas descobrir onde está errado, não é tão simples quanto olhar para o resultado passado e observar onde você perdeu dinheiro. 

A SPX concorda e em sua carta explica que no processo de investimento o desafio é distinguir o que é sinal do que é ruído:

“Como investidores, devemos sempre nos questionar se a variação dos dados e dos preços de ativos decorre da aleatoriedade de sua distribuição probabilística ou de uma mudança em nosso cenário econômico base.”

Muitas vezes o mercado não corresponde imediatamente seguindo sua expectativa. 

Nestas horas, a experiência vale para decidir se é melhor manter a convicção ou se deve ser promovido algum ajuste no cenário e portfólio.

Assim, comento as principais visões destes gestores em relação aos três principais mercados: juros, câmbio e bolsa.

Com relação à inflação brasileira, é quase consenso a expectativa de elevação. A inflação implícita nos títulos de renda fixa está em 5% ao ano. Os gestores acreditam que há risco de esta inflação ser superada.

No entanto, também é consenso a visão sobre existência de prêmio nos juros reais em títulos de vencimentos mais curtos.

A visão para o câmbio não é consensual. No entanto, apenas a SPX aposta em alta do dólar contra o Real. Os outros quatro têm visão contrária.

Para o mercado de bolsa, há uma harmonia dentre eles de que tanto o mercado nacional, quanto o internacional têm potencial de valorização. O que varia entre os gestores é a intensidade da aposta.

Outra unanimidade é a percepção de maior risco nos ativos brasileiros. Os recentes ruídos políticos e o debate de elevação dos gastos do governo contribuem para esta visão.

“Por outro lado, a conjuntura econômica está mais favorável com crescimento acima do esperado, em linha com a boa performance do setor externo”, aponta a Kapitalo.

Michael Viriato - assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor

 

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