Entenda quando e por que fazer
um seguro de vida
Na maioria das vezes, a decisão sobre o seguro de vida não é tomada por
quem deveria.
Quando a
maioria das pessoas passa por um acidente, usualmente, tende a ir mais devagar
e olhar. Esse é um comportamento natural pela curiosidade.
Entretanto, acho que
todos conseguem imaginar o que poderiam ver, mesmo sem parar para olhar. Mas,
sabe o que você nunca vê?
Nunca vemos como a família do
acidentado fica financeiramente com a perda deste membro.
Conhecendo o perfil de baixa
poupança do brasileiro, acredito que, nestes momentos, a maioria das famílias
passa por um forte aperto financeiro. É mais provável que os carros no acidente
estejam segurados, mas não os ocupantes.
Qualquer seguro serve para
cobrir um risco. Portanto, o primeiro passo é entender qual risco você deveria
cobrir.
Para entender quais riscos você
está exposto e se você deveria ter qualquer seguro, o primeiro passo é realizar
um planejamento financeiro.
Por incrível que pareça, a
maioria das pessoas que compra um seguro não tem um planejamento. Fazendo uma
analogia, isso é similar a comprar um seguro de carro sem saber qual carro se
tem.
Vou abordar apenas dois tipos
básicos de seguros. De forma simples, podemos segregar os seguros em dois
tipos: aqueles em que o beneficiário é um terceiro e os que o beneficiário é o
próprio segurado.
Vou começar pelo primeiro. O
seguro de vida em que o beneficiário é um terceiro, quem recebe o prêmio pode
ser sua esposa ou marido, filhos ou alguém que você deseja proteger no caso de
sua falta.
Sua falta pode ou não gerar um
problema financeiro para sua família. Se você tem uma grande reserva
financeira, suficiente para cobrir as necessidades destes, então, não há
necessidade de um seguro. Talvez, apenas um para cobrir o custo de sucessão, se
for o caso.
Entretanto, esta não é a
realidade brasileira. Portanto, se você tem uma família e sua falta gera um
desequilíbrio no orçamento, você precisa ter um seguro de vida.
Vejo algumas
pessoas argumentando: eu não quero seguro, vou esperar, não preciso.
Entenda o seguinte, se você não
tem patrimônio, não é você quem deve decidir sobre a necessidade. Quem deve
decidir ter ou não o seguro é sua esposa ou marido e seus filhos.
Esclareça
para eles que se acontecer algo com você amanhã, eles vão ficar sem dinheiro e
pergunte se eles querem, se vale esperar, ou se eles não precisam. Aposto que a
resposta será diferente.
O volume necessário do seguro e
o tipo depende de seu patrimônio financeiro, de seu momento de vida e idade.
Vou discutir estes fatores em artigo futuro.
Já no segundo tipo, aquele em que
o beneficiário é o próprio segurado, você sim é quem deveria avaliar se deseja
correr o risco.
Também você deve avaliar além de
seu patrimônio financeiro, também sua atividade. Por exemplo, se você é um
médico cirurgião e perde o movimento de pinça dos dedos por algum acidente
simples, sua profissão e receita ficam comprometidos.
Portanto, é preciso avaliar com
cuidado os riscos de um simples acidente o deixar inválido ou incapacitado de
exercer a profissão.
A probabilidade deste risco é
muito menor. Portanto, o seguro é muito mais barato. Entretanto, para algumas
profissões, o impacto é muito relevante. Logo, dependendo de sua profissão, ele
tende a ser fundamental.
Não importa se você gosta ou não
de seguro, antes de tomar qualquer decisão, você precisa fazer um planejamento
financeiro para entender, além da necessidade, qual o tipo e qual o capital
necessário a ser segurado.
MICHAEL VIRIATO - assessor de
investimentos e sócio fundador da Casa do
Investidor.