O Brasil sangra com a maior paralisia
política de sua História. Conflitos, diferenças e rivalidades sempre existiram,
e sempre existirão. Porém, potencializados pelas redes sociais, políticos que
os inflamaram em benefício próprio e pelos escândalos revelados pela Operação
Lava–Jato, eles atingiram dimensões perigosas.
As consequências econômicas foram nefastas.
Desequilíbrios causados por erros de política econômica no primeiro mandato de
Dilma Rousseff não puderam ser corrigidos em função da paralisia no Congresso
que impediu a aprovação de medidas fundamentais, jogando o Brasil na crise.
Veio o impeachment da Presidente Dilma e a
formação do governo Temer. Desde então, reformas econômicas vêm sendo
aprovadas. Se esta agenda for sustentada, recolocará o país em uma rota de
crescimento.
Os primeiros sinais de progresso já se
notam. A balança comercial teve superávit recorde em 2016. Ele será batido de
novo neste ano. A inflação, que há um ano era de dois dígitos, ficará abaixo da
meta de 4,5% em breve, criando condições para juros menores e mais crédito,
consumo e investimento. Para um ajuste fiscal saudável falta a Reforma da
Previdência. Faltam também medidas para aumentar nossa competitividade e
garantir mais empregos e produtos mais baratos – reformas trabalhista e
tributária. Com elas, crescimento econômico e emprego, que ainda não
melhoraram, vão melhorar, e muito.
É aí que entra o abraço da foto. Oxalá ele
inspire um processo de reconciliação e reconstrução nacional. Reconciliação não
pode ser confundida com pizza. Para a construção de um país melhor, mais rico e
mais justo é fundamental que a Lava-Jato continue avançando e que todos os
corruptos sejam exemplarmente punidos.
Já passou da hora de nós brasileiros
sairmos deste Fla-Flu que paralisou o país e apoiarmos ou nos opormos a
medidas, não a pessoas, partidos ou governos. Nós brasileiros temos de defender
os interesses do país, ao invés de nos deixarmos manipular por grupos políticos
que só defendem seus próprios interesses.
Tomando o governo Temer como exemplo,
quando ele propõe reformas sem as quais milhões de brasileiros continuarão sem
emprego, merece ser apoiado. Quando indica seu Ministro da Justiça para uma
vaga no STF ou oferece uma posição de ministro a um aliado para protegê-lo com
o foro privilegiado, deve ser combatido. Não é Temer que deve ser apoiado ou
combatido. Boas medidas devem ser apoiadas e as más combatidas, venham de onde
venham.
Se até Lula e FHC – os principais líderes
dos principais grupos antagônicos - podem se abraçar, é hora de nós
brasileiros, juntos, abraçarmos as causas que merecem nosso apoio.
Ricardo Amorim -apresentador do Manhattan Connection da Globonews, o economista mais influente do Brasil segundo a revista Forbes.
Fonte: revista IstoÉ