Há
algum tempo os cientistas já sabem que a D-serina, substância secretada por
células do sistema nervoso chamadas astrócitos, tem potencial para intensificar
a proliferação de células neurais. Recentemente pesquisadores da Universidade
de Lausanne, na Suíça, aplicaram a D-serina pela primeira vez no cérebro de
camundongos. A substância não apenas intensificou o processo de criação de
novas células, a neurogênese, mas também provocou o aumento da taxa de
sobrevivência dos neurônios recém-formados.
“Juntos, esses resultados são
relevantes para compreendermos o efeito da D-serina no processo de aprendizado
e formação de novas memórias”, escrevem os autores do artigo, coordenados por
Sebastien Sultan e publicado na revista Frontiers of Neuroscience.
O desempenho dos animais em
tarefas é fortemente relacionado com a taxa de neurogênese no hipocampo de
adultos. Portanto, ao aumentar a neurogênese, a D-serina pode favorecer
processos relacionados ao aprendizado.
Ao longo de oito dias, a
substância foi aplicada diariamente no hipocampo dos roedores com 2 meses de
vida, já considerados adultos. Essa região do cérebro está relacionada à
formação de memórias e ao aprendizado e é um local onde a neurogênese pode
ocorrer naturalmente. Também foram aplicados biomarcadores, o que tornou
possível a identificação posterior de novos neurônios no cérebro dos animais.
Quando comparados com grupos-controle, os camundongos que receberam a D-serina
apresentaram no cérebro quantidades significativamente maiores de neurônios
recém-formados. Além disso, a proporção desses neurônios que chegaram a uma
fase madura também foi maior. Os pesquisadores, porém, ressaltam que mais
estudos são necessários para melhor elucidar os efeitos da D-serina e sua
relação com o aprendizado.
Ricardo Schinaider de Aguiar – biólogo,
tem experiência nas áreas de Divulgação Científica e Fisiologia, colabora como
repórter para a revista ComCiência
Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/estimulando_a_neurogenese.html