Nos
últimos anos, começaram a pipocar pelo mundo os espaços de coworking, ou
trabalho coletivo. São casas equipadas com internet e um espaço agradável e
descontraído, geralmente voltadas para jovens profissionais autônomos ou
freelancers que buscam um espaço – fora de casa – para trabalhar e estabelecer
redes de contato. Mas ainda são raros os locais que atendem a uma demanda
essencial do século 21: conciliar trabalho e família.
Essa é a proposta da “Casa de Viver”. O espaço, idealizado por
Carina Lucindo Borrego, junto a duas sócias – Fernanda e Thaty -, se propõe a
pensar um novo modo de educação e trabalho. “Sou tradutora de carreira e
trabalho em um grande escritório de advocacia. Ficava difícil de encontrar
minha filha. Sempre que a via era correndo, brigando com ela para dormir, para
acordar. O trabalho desse jeito deixou de fazer sentido”, relembra Carina. Com
isso em mente, largou o emprego e passou o último ano batalhando para construir
esse sonho.
Foram diversos encontros, rodas de conversa com mães – e alguns
poucos pais – para tratar deste assunto e dilema. Até que conseguiram uma casa
e resolveram “meter a cara” para realizar o projeto, que é pioneiro no país.
Com as pesquisas, Carina descobriu que nos Estados Unidos, na Itália e na
Inglaterra já existem alguns espaços semelhantes.
O Piano C, em Milão, na Itália, foi pioneiro nesse segmento, ao criar um
espaço de co-working para mulheres com filhos. Ganhou um prêmio de Inovação
Social do Banco Europeu antes mesmo de abrir. Saiba mais.
A
casa irá funcionar em horário comercial, das 8h às 18h. No térreo, haverá um
espaço de trabalho, com wi-fi, telefones, salas de reunião e espaço para
aluguel e atendimento – direcionado à massagistas, psicólogos, profissionais de
coaching, etc. As crianças têm um espaço reservado no segundo andar, onde
terão o acompanhamento de uma recreacionista. “Também teremos oficinas e
atividades de musicalização, reciclagem e o que mais poderá aparecer. Mas trabalhamos
principalmente com a ideia do livre brincar”, revela Carina.
Além disso, haverá uma sala mista, para os pais que quiseram
trabalhar junto com as crianças, e cursos de yoga e pilates para os adultos.
“Pensamos nessa dinâmica de atividades para oferecer aos pais a oportunidade de
fazer atividades que antes não conseguiriam pois tinham que cuidar dos filhos”,
afirma.
A casa é direcionada aos pais e mães com filhos entre 0 e 4
anos, mas não haverá restrições a priori. “É o começo de uma revolução na forma
de juntarmos trabalho e família. É uma oportunidade de fazer diferente, falar
dos desafios que existem em ser mãe e profissional. Durante muitos anos, as
mães levaram a maternidade com o trabalho, suportando um sacrifício invisível e
um sofrimento tanto para a mãe, quanto para a criança. As empresas continuam
não facilitando para cuidarmos de nossos filhos, então precisamos achar formas
diferentes de trabalhar e mostrar que existem outros caminhos”, defende Carina.
A
Casa de Viver inicia seus trabalhos no dia 9 de fevereiro, em São Paulo, e está
com uma campanha de financiamento coletivo aberta na internet.
Clique aqui para saber mais e conhecer a proposta.