Nesta
segunda-feira (1º), eu fiz duas palestras para aqueles que são minhas obsessões
e paixões, os jovens. O Brasil tem muitas riquezas naturais: petróleo, água,
minérios. Mas a maior riqueza natural deste país está acima do seu solo. São os
jovens. Cuidar deles é a maneira mais eficaz de cuidar do futuro do Brasil.
Tudo o que o
Brasil está passando faz parte da construção desse futuro. Eu sofro quando ouço
a desilusão de nossos jovens e quando vejo gente jovem querendo mudar do
Brasil. Não podemos nos dar ao luxo de perder esse repositório de talentos.
Ir estudar fora,
sim. Harvard, Stanford, Yale, Oxford, Insead e tantas outras universidades de
qualidade estão cada vez mais acessíveis. É só buscar informação nos sites da
Fundação Estudar ou da Fundação Lemann.
Quero ver os
jovens se preparando nesses grandes centros de conhecimento para voltarem
afiados, inspirados e motivados a empreender e a transformar o Brasil.
O
empreendedorismo é a solução acessível e possível para o nosso país. Serão as
empresas, novas ou já no mercado, que criarão os novos empregos e a nova
riqueza. Nessa crise severa, milhares, se não milhões, de profissionais
qualificados abriram suas próprias empresas após perderem seus empregos. Por
esse caminho, uma vaga fechada acaba criando novas vagas. É a construção
criativa do empreender.
É bonito ver
nascer um grande empreendimento ou uma grande empresa –aquela que alia, na
definição do mestre Jim Collins, performance, impacto, reputação e longevidade.
Como a Dr. Consulta, por exemplo, que atua no canal de serviços de saúde
privados à população de menor renda. Ou o Dream Team do Passinho, uma
iniciativa que formou artistas dos bailes funk do Rio para o mundo do show
business. Ou a Le Biscuit, rede de lojas nascida em Feira de Santana, no interior
da Bahia, que hoje está presente em mais de 12 Estados brasileiros.
Eu sempre digo
que o programa social de que esse país mais precisa é o programa Minha Empresa,
Minha Vida. Não quero com isso desmerecer ou negar a necessidade dos outros
programas sociais, muito pelo contrario. Mas o programa Minha Empresa, Minha
Vida é o programa que pode realmente transformar o Brasil por meio do
empreendedorismo.
Por isso eu amo
apoiar a Fundação Estudar, que está fazendo 25 anos, e a Endeavor. Elas são
organizações sociais de alto impacto que trabalham para acender a chama do
empreender nos jovens brasileiros. Inoculando neles não a usura, a ganância,
mas o sonho grande, o desejo de construir empresas de alto impacto que
transformarão o Brasil e levarão o país ao patamar onde ele deveria estar. E
vai chegar.
Mas isso tudo se
nós cuidarmos deles, nosso patrimônio maior, os jovens.
Eu, por exemplo,
quero tirar um sábado de cada mês para dar "coaching" aos jovens que
precisem de minha orientação. Tenho certeza de que essa experiência vai ser
maravilhosa e que estarei entre os que mais coisas aprenderão.
Devo ao esforço
dos meus pais de sacrificar uma parcela significativa do que eles ganhavam para
me dar a oportunidade de estudar em boas escolas o fato de eu estar preparado
para viver uma vida num mundo maior do que aquele no qual nasci. Graças a eles
cheguei até aqui, colunista desta Folha. Eles cuidaram de mim desde criancinha.
Vamos cuidar dos
jovens. Vamos cuidar do Brasil.
Nizan Guanaes - Publicitário baiano, é dono do maior grupo
publicitário do país, o ABC.
Fonte: coluna jornal FSP