Efeitos causados pela maconha (Foto:
Proceedings of the National Academy of Sciences)
Segundo
os autores da pesquisa, os usuários de maconha desenvolvem conexões cerebrais
mais fortes, mesmo com o encolhimento do córtex. Porém, os pesquisadores não
conseguem explicar com precisão a relação do córtex menor com o uso da maconha.
Existem duas possibilidades: a primeira é que o córtex orbitofrontal menor é
natural e é uma predisposição para usuários de maconha; a segunda é que o uso
exagerado de maconha que causa a redução do córtex orbitofrontal.
Álcool
Beber pode causar várias alterações no nosso sistema nervoso. Ficamos mais
lentos, perdemos momentaneamente parte do senso motor e até nossa memória
é afetada - isso tudo, claro, se você for daqueles que bebem até cair. Os
autores de um estudo, reuniram dois grupos de pessoas - as
que bebem até cair e as que bebem regularmente, mas sem exagero - para fazer um
teste de memória enquanto seus cérebros eram observados via scanners.
Primeiro,
os participantes tinham que apertar um botão quando um determinado número fosse
exibido. Depois, eles tinham que apertar de novo o botão quando o mesmo número
fosse mostrado de novo após dois intervalos. O grupo de pessoas que bebem até
cair mostrou mais atividade cerebral do que o outro grupo. Quanto mais eles bebiam,
mais o cérebro mostrava alterações anormais. A imagem do estudo revela as
diferenças.
Efeitos
do álcool
A
atividade cerebral do grupo dos que bebem até cair é mostrado em vermelho;
enquanto as do outro grupo é mostrado em verde; áreas onde as atividades
ocorreram em ambos os grupos é mostrado em cinza escuro. Porque os dois grupos
usam áreas diferentes do cérebro para executar a mesma função? Uma vez que as
regiões do cérebro responsáveis por realizar uma tarefa não respondem direito,
novas áreas são recrutadas para “assumir” essa carga de trabalho. Assim como no
caso da maconha, os pesquisadores não são unânimes sobre a relação do álcool
com essas atividades cerebrais.
Cocaína
Aspirada, fumada ou injetada, não importa. A cocaína entra na corrente
sanguínea e penetra no cérebro em questão de segundos. Chegando lá, o cérebro
estabelece um intenso sentimento de euforia - a sensação de estar chapado ou
alto - causado pela sobrecarga de dopamina, psicoativo da cocaína. A sensação
de prazer é tão forte que alguns animais de laboratório chegam a trocam comida
por cocaína. A parte do cérebro afetada pela cocaína inclui importantes centros
de memória que, em estado normal, nos ajudam a lembrar de onde a fonte de
prazer veio. Daí o alto poder de vício da droga: por afetar áreas ligadas ao
prazer, os usuários sempre vão procurar pelo narcótico.
Camundongos
dopados com cocaína desencadearam uma série de alterações nas células cerebrais
no córtex pré-frontal - região responsável pelas tomadas de decisões e de
inibição. Quanto maior a exposição à droga, maior o desejo de acessá-la
novamente. Más notícias para os “experimentadores”: os cientistas descobriram
evidências de que a droga pode começar a afetar estruturas cerebrais já na
primeira dosagem.
Fonte: http://revistagalileu.globo.com/