Ao contrário dos prognósticos
e previsões que diziam que as novas mídias e os hábitos do espectador
representavam o fim dos mass
media, o que se observa atualmente é uma adaptação dos meios de
comunicação de massa ao cenário da convergência. Ao aglutinar algumas
características da internet ao seu formato, a TV se atualiza diante da cultura
da convergência e renova a experiência coletiva.
A
Social TV se refere ao comportamento do novo espectador e o próximo passo da
televisão. No fenômeno, os sujeitos midiáticos compartilham suas impressões
sobre os programas em tempo real pelo Twitter, Facebook e aplicativos de
segunda tela.
Segundo
pesquisa publicada no site Hollywood Reporter (“How Facebook and Twitter Impact the Entertainment Industry“), 76% dos espectadores americanos entre 13 e 49 anos fazem
uso da segunda tela para postar comentários durante a exibição de um conteúdo
televisivo – seja ele série, talk show comercial etc.
Dentro
deste novo cenário, as social media funcionam como um tecido conjuntivo
que reúne várias características não só do ambiente digital, mas dos novos
hábitos do participante.
Entre
as plataformas mais usadas pelos sujeitos midiáticos para comentar a
programação televisiva está o Twitter. A rede social dos 140 caracteres, além
de intuitiva, se adapta perfeitamente às características da Social TV. Nela os
participantes podem usar hashtags, postar vários
comentários em tempo real, se comunicar com outros sujeitos – sem precisar
necessariamente “segui-los” para trocar informações – e interagir com o perfil
oficial do canal ou programa que está acompanhando.
Mesmo
com a potencialização da “TV Everywhere” e com da fragmentação da audiência, a
Social TV representa um espectro de possibilidades de interação com o público.
Entre elas, está à volta do appointment television – já que a troca de impressões só é
possível para aqueles que estão acompanhando em tempo real – ao assistir ao
programa em outras plataformas o sujeito pode até ficar livre dos intervalos
comerciais, porém irá perder a experiência de comentar nas redes sociais.
Assim,
o fenômeno estimula a “TV com hora marcada” – tão ameaçada com o atual
ecossistema de conectividade – e aumenta a chance do público ser atingido pelos
comerciais dos anunciantes.
Daiana Sigiliano –
jornalista dedicada a Social TV, Convergence, Transmedial Storytelling, Comunicação Social, Marketing, Social Media, and Media Convergence
Fonte: site Observatório da Imprensa