Quase um quarto dos lares
brasileiros é provido por uma pessoa com mais de 60 anos.
Em 2050, seremos 64 milhões de
brasileiros, e cerca de 30% dessa população estará com 60 anos ou mais.
Inclusive esta colunista. Assim, esse assunto me interessa particularmente e
aproveito para compartilhar minhas considerações com meus leitores que chegarão
lá.
A expectativa de vida saltará
de 75 para 81 anos, acima da média mundial que, se estima, estará em 76 anos.
Essa população, hoje, corresponde a 25 milhões, pouco mais de 12% do total.
No final de 2015, dos 6,6
milhões de idosos economicamente ativos, 170 mil estavam em busca de uma
oportunidade de trabalho. Ou seja, tem muita gente sênior, com boa saúde e
disposição para trabalhar e não apenas cuidar da saúde e viajar.
Recentemente assisti ao filme
"Um senhor estagiário" que traz, para as telas do cinema, uma questão
basilar para a sociedade e para o mundo do trabalho.
No filme, Robert De Niro
interpreta um viúvo de 70 anos que descobre que a aposentadoria não é bem como
imaginava.
Pois até viajar pelo mundo,
sonho de consumo de boa parte dos trabalhadores, cansa, perde o sentido e a
emoção. Buscando uma oportunidade de voltar à ativa, ele se torna estagiário
sênior de um site de moda.
A questão da idade, da
competência acumulada, das dificuldades para lidar com o processo de
envelhecimento, com gerações mais novas, os desafios para se adaptar ao mundo
das tecnologias e até sobre relacionamentos afetivos na senioridade são
tratados de maneira delicada.
Há boas notícias. Pesquisas
feitas com empresas que contratam profissionais seniores indicam, como no
filme, que paciência, comprometimento, além da experiência, são as qualidades
percebidas pelos colegas de trabalho e por clientes.
Além disso, os seniores ajudam
a compensar a "juniorização" das equipes, ou seja, o aumento da
contratação de jovens academicamente bem preparados, porém com pouca
experiência prática no dia a dia do trabalho.
Assim, com a iniciativa privada
e profissionais de RH compreendendo o cenário, haverá mais oportunidades para
essa gente boa que deseja continuar na labuta.
Adriana Gomes - mestre em psicologia,
coordena o Núcleo de Estudos e Negócios em Desenvolvimento de Pessoas da
ESPM, colunista da FSP