Em qualquer situação,
planejamento serve para você mapear o previsível. E, caso o imprevisível
aconteça (e sempre acontece), o planejamento serve para que você mantenha a
estrutura do negócio, do projeto de trabalho sob controle e lide - com algum
critério, técnica e calma - o que a transcende.
Planejamento é a base mas, em
situações especiais, o improviso também entra nesse jogo. Que fique claro: o
improviso é a exceção! O protocolo pede regras, técnicas, controle de riscos.
Vale para a gestão em geral. Vale para a Comunicação. Briefing, pauta,
cronograma de implementação, mensuração de resultados, manual de identidade
visual, brand guide são instrumentos com função muito objetiva. Vale para a Educação.
Planejamento pedagógico, metodologia de ensino, avaliação periódica são
recursos básicos que buscam os melhores resultados.
Sem base, sem alicerce, sem
estrutura, o improviso é um risco de 99% de amadorismo como resultado. A chance
de sucesso é - no máximo - de 1%, mas em razão de fatores quase místicos:
sorte, acaso, destino. Para quem quer resultados, o improviso quase não
existe no mundo real.
Quase não é impossível
É sempre melhor evitar o
improviso. Quando tudo foi feito para que o improviso não
aconteça, aí, e só aí, ele pode acontecer. O improviso é um recurso importante
para a criação de novas expressões, novos estilos e até de novas linguagens.
Eu adorei aprender a relação
entre jazz e gestão que Daniel Maudonett, da Jazz Concept, usa para
explicar como o planejamento, a disciplina, o estudo permitem garantir espaços
para dar lugar ao improviso (5º Encontro de Comunicação e Relacionamento, da
Abrapp).
Estado
da arte da parceria
Dá para improvisar sozinho,
mas o mais bacana é quando isso acontece em uma parceria. Claro que
também é mais difícil, por todas as razões que eu já expliquei no post
anterior. Quando acontece, a história entra no território do diálogo, da
cocriação, da complementaridade. E não é mais improviso! É uma
intenção compartilhada de se chegar a um objetivo coletivo.
Quando tudo está sob o
controle de todos, não existe uma só liderança. Oi? É! Daniel Maudonnet
fala em protagonismo, em liderança situacional.O mundo em modo Beta para
sempre, tudo ensina. E todos precisam aprender e protagonizar o tempo todo.
Assim, surgem oportunidades e todo mundo tem oportunidade de agir. É um
processo mais democrático. Dividir para multiplicar. Quanto mais consciência, mais
responsabilidade, mais interdependência, mais evolução incremental.
Qual o valor dessa reflexão?
Só para começar, entender que fazer o mesmo pode ser sempre uma experiência
nova! O processo vale 90%, os resultados são os 10% restantes. Fecha a conta?
Não! Se tudo isso ainda envolver PARCEIROS que você curte, admira, tem sintonia,
aí não dá para fazer o cálculo de toda vida que está envolvida nesse negócio.
Eliane Miraglia -
mestre em Ciências da Comunicação (ECA/USP), desde 1991 atua no segmento de Previdência Complementar, consultora da Suporte, é autora
do blogue Conversação
(http://elianemiraglia.blogspot.com.br