A Internet das
Coisas (IoT)[1] é um assunto atual e está fazendo uma
grande revolução no mundo tecnológico com as infinitas possibilidades que
surgem. As empresas cada vez mais disponibilizam dispositivos conectados que
capturam estilos de vida, serviços e produtos utilizados e conectados. Nota-se
toda vez que um app (aplicativos para celulares) é instalado, é solicitado
autorização para acessar contatos, localização, preferências entre outros, ou
determinados produtos eletrônicos que por mais simples que sejam, sempre existe
um aplicativo que pode se conecta com outros.
Estima-se que
haverá 34 bilhões de dispositivos conectados no planeta até 2020[2], no Brasil estima-se 20 milhões de
objetos conectado e a expectativa que chegam a 200 milhões até 2025[3], ainda já em 2018, pelo menos metade do
mundo estará conectado a internet – fato que encontramos seguidamente quando
lemos sobre o futuro – parece ser inevitável que a medida que evoluímos, aumentamos
as conexões entre o real e o virtual resultando em mais “coisas” conectadas.
Nesse mundo cada
vez mais conectado, logo nos fazemos à pergunta: como as entidades de
previdência podem se posicionar para fornecer melhores soluções de
aposentadoria e benefícios em uma época em que os participantes estarão
hiperconectados?
As entidades
precisam inovar em busca da conectividade, trazendo melhorias no atendimento e
antecipando necessidades dos participantes com base nas escolhas e hábitos de
vida:
Solução
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Descrição
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Melhorar a experiência do participante na administração e escolha de
investimentos em sua conta de aposentadoria e prover serviços proativos
conforme as necessidades:
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Processar
anualmente as análises e estabelecer políticas para realizar uma interação
consistente com o participante, é fundamental para as entidades aprenderem
mais sobre seus clientes, incrementando o produto e melhorando a avaliação de
risco de forma pró ativa e não retroativa.
Analisar reivindicações feitas pelos participantes por determinados tipos de
benefícios em períodos distintos da sua vida é uma boa forma de se antecipar
a necessidades e propor novas soluções. Temos como exemplo o casamento, onde há
a necessidade de contratação do beneficio de pensão ou na idade jovem, onde
se necessita aumentar as contribuições para uma eventual invalidez acidental,
e assim por diante.
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Considerar dados oriundos de aplicações da IoT em casa, saúde,
comercial, carro e muito mais:
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Com
base nas inúmeras informações coletadas, sendo observadas mudanças quantos
aos aspectos de melhoria da saúde ou em condições que resultam em maior risco
à sua saúde, dai podendo ser prevista a sobrevida, resultando a necessidade
de aumento de contribuição ou até uma possível redução em face das condições
de saúde coletadas; da movimentação patrimonial individual, dessas e outras
informações coletadas propor soluções e serviços esperados para um
participante distinto de forma prospectiva.
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Criar Novos Produtos e Desenvolver Técnicas Upsell[4]:
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Colocar
soluções certas para o participante conectado será essencial. É uma grande
oportunidade de explorar ao máximo o potencial de interesse do participante,
ouainda, ao público das patrocinadoras e instituidoras. Com acesso a dados
relevantes, a equipe de relacionamento com o participante pode fazer upselling
para aumentar as contribuições ou trazer mais participantes para a EFPC. A
aplicação será semelhante ao fazer com que o participante faça mais aportes
ou opte por uma caraterística de investimento especifica para sua conta de
aposentadoria conforme a sua necessidade.
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A IoT
pode se tornar uma alavanca para as EFPC, se tornando um centro de soluções em
benefícios para seus participantes e incrementar o número de participantes no
sistema:
·
Pode-se buscar múltiplos usos para o IoT
em a sua entidade, explorando aplicativos do carro, da casa, e no uso do
computador e smartphones, bem como modelos geradores que poderia fazer aumentar
o nível de adesão e de contribuições aos planos de benefícios.
·
Utilizar o IoT como um serviço
de valor agregado para que os participantes, e o público de patrocinadores e
instituidores ganhem confiança no compartilhamento de dados e beneficie-se da
capacidade de se aproximar do seu publico alvo.
·
Identificar novas necessidades e oportunidades
para definir os benefícios para o participante baseado em seu uso removendo a
adivinhação, usando o IoT como uma forma de identificar as necessidades
do participante e definir a sua estratégia para o plano de benefícios.
·
Descobrir novos modelos de risco que
passam da compensação reativa à proteção pró ativa, de forma a preparar-se para
uma mudança fundamental e positiva no comportamento para reduzir reclamações e
maximizar o objetivo do participante.
Contudo, vemos
uma grande dificuldade para as EFPC, que é a de superar questões de gestão e de
propriedade de dados em tempo real, em especial no que se refere a quem deve
possuir os dados e como eles devem ser transmitidos através de atores
estratégicos em conjunto com formas de lidar com novas e enormes quantidades de
dados em tempo real.
[1] A
Internet das Coisas ou Internet of Things (IoT), em inglês, é um termo
utilizado para descrever um paradigma tecnológico no qual os objetos físicos
estão conectados em rede e são acessados através da Internet.
[2]
Estimativa feita pela Business Inteligence.
[3]
Estimativa as Teleco, consultoria especializada em telecomunicações.
[4] Upsell:
Ferramenta de vendas que agrega outros produtos além do que o cliente
procura, com base em suas necessidades.
Cesar Luiz Danieli - Atuário , Pós-Graduado em Gestão
Financeira com ênfase em Mercados de Capitais e Máster Internacional em
Auditoria y Gestión Empresarial pela Universidad Europea Miguel de Cervantes –
UEMC. É Diretor de Previdência, Saúde e Seguros da Mercer GAMA.