Governar
é cuidar
Ouvi
noutro dia na televisão a frase “Governar é cuidar”.
Lembrei
imediatamente de uma outra, ouvida há mais tempo, que afirmava não ser própria
a expressão Gerência de Pessoas, pois pessoas não devem ser gerenciadas, e sim
cuidadas.
Por
mais que seja interessante questionarmos a validade de cada uma das sentenças,
não podemos deixar de reconhecer a riqueza contida nelas.
É
próprio percebermos que a governança não pode ser encarada como um fim em si
mesmo. Antes disso, ela deve ser encarada como uma atividade meio e, mais do
que isso, de meios.
Vários
são os elementos que irão compor a atuação da governança no sentido de “cuidar”
das organizações. E é evidente que a força propulsora de qualquer
organização são as pessoas que dela fazem parte. Pelo menos até que os robôs e
a inteligência artificial assumam de vez as iniciativas institucionais.
Por
outro lado, e observando um aspecto bastante polêmico sobre a atuação dos
conselheiros, cabe sempre a pergunta: de quem esses profissionais devem cuidar,
no sentido de sua atuação?
Daquela própria organização em que exercem suas
atividades como conselheiros ou daqueles ou daquelas que o indicaram a ocupar aquele
posto? Fica para reflexão.....
Cuidar
representa também um conjunto de ações que protegem e buscam assegurar o
alcance de um objetivo previamente fixado.
Modernamente, aprendemos que esses
referencias de “objetivo” encontram-se cada vez mais inquietos.
Os alvos não
são mais aqueles fixos, do tiro ao alvo. Assemelham-se mais aos patinhos em
constante movimento, como visto nos parques de diversão.
E
aí, o cuidar assume uma nova faceta. Cuidar para que tenhamos noção da
necessidade de saber o movimento do alvo e as ações mais condizentes para
alcançá-los, sempre presente aspectos como competitividade e liderança.
Não
tenho certeza sobre a etimologia do termo, mas penso que podemos associar
cuidar a cuidado. E aí, chama a atenção a necessidade da contínua verificação
dos fatores de risco que podem alcançar a organização e as suas
metas.
Quais cuidados devem ser adotados, a cada tempo, para que os
objetivos não sejam comprometidos?
Nesse
breve resumo, que poderia ser estendido sob risco de se tornar (mais) cansativo
e enfadonho, podemos concluir que todo o conceito de governança (ainda complexo
para muitos) pode ser muito bem traduzido pela ideia de cuidar.
Cuidar das
pessoas, cuidar dos riscos e cuidar dos objetivos a serem alcançados.
LUIZ
FELIX FREITAS – sócio fundador da KOLME
Desenvolvimento Empresarial