Aplicação adicional em Tesouro Direto exige a compra de novos papéis?


No caso de aplicações em títulos do Tesouro Direto ou LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e LCA (Letra de Crédito do Agronegócio), a inclusão de novos papéis na carteira envolve a compra de mais títulos, diferentemente da poupança, na qual o capital é agregado ao montante.

Dessa forma, cada aplicação contará com uma tributação diferente, valendo para o cálculo a adoção de uma tabela regressiva de IR, que começa em 22,5% para investimentos de até 180 dias e cai até 15% para 721 dias ou mais. Para as LCIs e LCAs, há isenção fiscal. Contudo, a maioria desses títulos não tem obtido retornos interessantes nos grandes bancos comerciais.

Na maior parte das instituições financeiras, o rendimento das letras de crédito gira em torno de 80% do CDI, nível relativamente baixo. Pode ser boa alternativa optar por bancos médios nos quais a rentabilidade é maior a troco de um risco mais elevado.

1.    O CDI (Certificado de Depósito Interbancário) é a taxa à qual os bancos realizam operações de compra e venda de moeda entre si e está relacionado à taxa básica de juros brasileira, a Selic, que hoje é de 13,25% e deve subir mais. Por isso, manter-se próximo ao retorno desse indicador é uma boa estratégia.

2.    CDBs também poderão representar boas opções se comparados com a poupança, dado o relativo baixo risco envolvido em sua compra e o retorno relativamente superior. Nesses instrumentos, no entanto, há cobrança de IR.

Os CDBs e as letras de crédito têm suporte do FGC (Fundo Garantidor de Créditos), espécie de convênio entre os bancos que assegura o pagamento de até R$ 250 mil por CPF em caso de insolvência. Assim, para o montante aplicado, haverá cobertura em qualquer situação, o que reforça o baixo risco e propicia a saída da poupança.

Supondo o valor a ser investido de R$ 4.000 com acréscimos mensais de R$ 1.000, os títulos do Tesouro Direto parecem ser a melhor opção, caso possam ser aplicados por um longo prazo - paga-se assim menos IR.

O investimento pode ser realizado em sistemas on-line. As compras de Letras do Tesouro IPCA+ com juros semestrais e Tesouro IPCA+ (antigas NTN-B e NTN-B Principal, respectivamente), além da nova Tesouro Selic, são as mais recomendadas. Nelas, a rentabilidade é atrelada à inflação, o que garante manter o poder de compra futuro.

Para tomar a decisão sobre a qual aplicação aderir, pesquise, identifique a rentabilidade líquida das propostas e analise os riscos envolvidos.

Qualquer que seja a decisão, o melhor é evitar a poupança.

Nos últimos 12 meses, teve 7,19% de retorno, ante 8,13% de inflação, ou seja, a caderneta não foi capaz de manter o poder de compra no período e, com a expectativa de piora da situação econômica, a tendência é que essa diferença aumente mais.

Samy Dana – consultor financeiro, professor FGV, articulista do jornal FSP.

Fonte: jornal FSP
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