Exposição ao sol pode causar acúmulo de danos no DNA –
O
vermelho do "queimadinho de sol" no rosto é a resposta inflamatória
aguda das células da pele aos danos causados ao seu DNA pelo UV solar. O
bronzeado? Desejada por muitos e evitada por mim, que aprendi a ficar feliz com
o que meu pai denomina minha "brancura-laboratório", pele bronzeada é
pele danificada. A melanina adicional até que ajuda a proteger de mais danos,
mas também é evidência de que muito estrago já aconteceu.
A
pesquisa do holandês Jan Hoeijmakers, na Universidade de Rotterdam, mostrou que
camundongos mutantes tornados especialmente incapazes de reparar seu DNA
envelhecem prematuramente, padecem de toda forma de decrepitude, e morrem cedo,
cheios de danos no cérebro. Tudo vai razoavelmente bem até o fim da infância;
depois disso, o fim chega rápido.
De
alguma forma, criaturas novinhas são extremamente eficazes em reparar danos ao
DNA. Mas quando nos tornamos adultos, mais danos ocorrem do que são reparados,
com saldo negativo crescente contra nós. Torrar ao sol é acelerar os danos à
pele, se não ao corpo todo.
Não
sei se exposição direta à radiação UV (prefiro esse nome, que soa danoso;
"raios UV" parecem coisa de herói da Marvel) também acelera o acúmulo
de danos ao DNA de neurônios, mas em todo caso, prefiro distância.
Sol
indireto é bom, permite ao corpo produzir vitamina D. Sol direto é para as
plantas.
Suzana Herculano-Houzel - bióloga e neurocientista da Universidade Vanderbilt
(EUA).
Fonte: jornal FSP