11 dicas para redações adaptarem conteúdos ao novo modelo


A vasta maioria de sua audiência agora está lendo suas notícias e assistindo a seus vídeos em um dispositivo móvel. Então, por que você ainda está lendo e os vendo no desktop?

Essa foi uma das mensagem de especialistas em jornalismo que participaram recentemente do Encontro de Jornalismo Móvel, oferecido pelo Instituto Poynter na Escola de Jornalismo da Universidade Columbia, Nova Iorque. Ao longo do encontro, patrocinado pela Fundação MacArthur, muitos painelistas disseram que o conselho mais importante para aqueles que querem entender que os dispositivos móveis são para todos - editores, repórteres, videomakers, representantes de vendas de anúncios - é ficarem longe do desktop no trabalho e enxergar as notícias da forma que a maioria das audiências agora estão vendo, em um aparelho que elas carregam consigo o tempo todo.

“No Buzzfeed, você não pode publicar uma notícia, a menos que você a tenha visto em um aparelho móvel”, disse Stacy-Marie Ishmael, editora executiva para notícias móveis de lá.

“Use seu celular a todo momento para consumir conteúdo”, adicionou Michael Owen, editor de notícias do New York Times. “Esse é o modo de tornar natural.”

Este ano foi o primeiro em que a maioria das notícias nos Estados Unidos foram consumidas em dispositivos móveis, disse Emily Bell, diretora do Centro Tow em Mídia Digital da Columbia. Foi também nesse ano em que as companhias de mídias sociais viraram publicadoras. Um em cada quatro adultos agora veem as notícias primeiro no Facebook, e um em cada dez veem no Twitter, ela disse.

Bell, Ishmael, Owen e outros palestrantes da conferência/do encontro ofereceram dicas para organizações midiáticas que querem se adaptar ao novo modelo.



o   Quebre os silos. Kinsey Wilson, vice-presidente executiva de produto e tecnologia do New York Times, sugeriu a criação de “uma tropa de choque” com pessoas de outros departamentos para trabalharem com projetos móveis. Dar a eles autonomia clara e tarefas específicas. “As redações ainda são organizadas em legados de silos. Se você quer ser bem sucedido no digital, você tem que cortar esses silos”, ela disse.

o    Falar a mesma língua. “Pessoas do editorial e do desenvolvimento não são tão diferentes assim”, Ishmael disse. “No lado editorial, as pessoas dizem ´Eu não sou fluente em palavras de tecnologia, então eu não posso fazer parte da conversa.´Mas, se você tem um bom time de desenvolvimento, você não precisa nem mesmo usar vocabulário tecnológico.”

o    Observar como é comum que as pessoas usem seus dispositivos. David Sleight, diretor de design da ProPublica, disse que sua organização faz “um teste de guerrilha” de seus produtos sob desenvolvimento em aparelhos móveis: trazem pessoas e as observam interagindo com o produto, ou tentando encontrar informação. Filme-as. Resolva os problemas que elas revelarem.

o    Dividir métricas de conteúdos móveis com a equipe regularmente. “Se eles não estão sendo atingidos com aqueles números todos os dias, eles vão pensar de maneira errada, tomar decisões erradas”, disse Damon Kiesow, líder das inicativas móveis no McClatchy Interactive.

o    Faça rápido. Você tem menos de dois segundos para entreter alguém em um dispositivo móvel antes que você o perca, Ishmael disse. Jim Brasy, fundador e CEO do BillyPenn, a primeira plataforma de notícias para dispositivos móveis para a Filadélfia, sugere eliminar seções em seu app móvel. “Os 30 segundos que você gasta para passar pelas seções, você também pode gastar batendo uma cabeça contra uma parede de tijolos.”

o    Pare de irritar sua audiência. Frustrar usuários com propagandas intrusas é como convidar alguém para sua casa dando-lhe um soco na cara, e depois se perguntar por que ele não voltou, Brady disse. “Quando alguém vai até seu site móvel, você está tentando cativá-lo por aquela visita, ou você está tentando cativá-lo para a vida toda?”, ele perguntou.

o    A curadoria é a chave. Mande briefings matutinos e noturnos, permitindo que as pessoas os leiam durante o dia, Wilson disse. “Isso não funciona no desktop, mas funciona em um dispositivo móvel porque a notícia estará conosco ao longo do dia.”

o    Adaptar o conteúdo para tempo e lugar. David Cohn, produtor executivo da AJ+, disse que você deve entregar produtos baseando-se em onde sua audiência tende a estar em certos momentos - em pequenos pedaços quando eles estão fora de casa, passeando, e em maiores quando eles estão em casa, no sofá. Allen Klosowsky, VP de dispositivos móveis e dispositivos de conexão na SpotX, acresentou “dado é sobre saber onde alguém estará amanhã, não onde ele está nesse momento.”

o    SEO agora é SMO. Você costumava escrever manchetes pensando em Search Engine Optimization (Otimização do Motor de Busca). Agora, você precisa pensar sobre Social Media Optimization (Otimização das Mídias Sociais). Cohn notou que “no Facebook, você não está tentando escrever para seu público - você está escrevendo para seu público de amigos”.

o    Use notificações via push com cuidado. Ishmael disse que a maioria das notificações via push são enviadas para lembrar às pessoas que elas têm que instalar seu aplicativo, não porque você as está provendo de informações úteis. É frustrante para o usuário seguir uma notificação via push e ser levado à home page do site no lugar da notícia real.

o    Faça o conteúdo para a plataforma específica. Você não pode apenas colocar um vídeo mais longo no YouTube e transformá-lo em poucos segundos no Facebook, disse Ashish Patel, VP senior de mídia social na NowThis, um produto móvel cujo slogan é “Veja primeiro, compartilhe primeiro”. NowThis separou os conteúdos de produtores para acada plataforma de mídia social, ele disse.

(*) Texto publicado originalmente por Patrick Butler no Centro Internacional para Jornalistas (ICFJ, na sigla em inglês) e traduzido pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).

Fonte: site comunique-se

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