Como calcular o prazo para recuperar o dinheiro investido em um negócio


Em pequenas empresas, o tempo de retorno costuma variar entre 24 e 36 meses.

 

Ao abrir uma empresa, todo empreendedor quer saber a partir de que momento o investimento se pagará e ele vai começar a ganhar dinheiro.

O cálculo, por si só, é simples. Basta dividir o total investido pelo lucro líquido projetado (o faturamento esperado menos todos os custos e despesas) e se chegará ao prazo de retorno.

Exemplo: se o empreendedor colocar R$ 200 mil no projeto e ao fim de um ano tiver R$ 66 mil de lucro líquido, ele precisará de três anos para ver seu dinheiro voltar.

O problema dessa conta é que ela se baseia em estimativas e, para quem vai começar um negócio em um segmento desconhecido, estimar o faturamento depende de muita pesquisa.

“Além de analisar estatísticas de emprego e renda e tendências econômicas, o empreendedor precisa avaliar a concorrência, entrevistar empresários do ramo e fazer pesquisa de mercado”, diz Dariane Fraga, professora da FIA (Fundação Instituto de Administração).

Na hora de fazer a pesquisa de campo para um comércio, Leidiane Oliveira, analista de negócios do Sebrae, sugere visitas aos concorrentes em diferentes dias e horários, para que se observe de quanto é o gasto dos clientes.

“Quando o empreendedor investe em um negócio que não conhece, o risco é muito grande, por isso aconselhamos que ele se baseie sempre num cenário pessimista, ou no máximo conservador, para fazer suas projeções”, afirma.

Segundo Oliveira, o futuro empresário deve considerar que venderá 30% menos que seus concorrentes e, então, usar esse valor para estimar o próprio faturamento —e o prazo em que o investimento feito se pagará.

Pequenas empresas costumam ter o retorno do capital investido em um período de 24 a 36 meses. No setor de serviços, que muitas vezes exige um investimento menor, esse prazo reduz para 18 a 24 meses. No caso de indústrias, aumenta para 36 meses ou mais. 

“Não há uma regra. O que vai validar o resultado serão o posicionamento de mercado da empresa e seu diferencial competitivo, que pode gerar mais lucro e, consequentemente, um retorno mais rápido”, diz a analista do Sebrae.

Para Fraga, da FIA, antes de pensar no retorno, o empreendedor precisa elaborar um plano de negócios e um plano financeiro para descobrir se sua ideia fica de pé e se é rentável ao longo do tempo.

“Já atendi uma pessoa que queria abrir um posto de combustíveis e, ao fazer os cálculos, percebeu que precisaria vender muito e durante muitos anos antes que o investimento se pagasse”, conta a professora, que integra o Programa de Capacitação de Empresas em Desenvolvimento da FIA.

Sua recomendação é que, depois de definir os objetivos da empresa, o empreendedor analise as forças, oportunidades, fraquezas e ameaças que caracterizam seu negócio (a chamada matriz F.O.F.A.).

Para não apostar em uma ideia que exija capital de giro além das possibilidades ou seja apenas uma moda, por exemplo, ele deve considerar as tendências de consumo, as mudanças de hábito, as necessidades que estão surgindo, a concorrência, entre outros fatores.

“Com base nessa matriz, é possível traçar estratégias –como comprar uma máquina, aumentar a variedade de produtos ou reformar o espaço– e, em seguida, convertê-las em números, o que nada mais é que elaborar o planejamento financeiro”, acrescenta a professora.

Enquanto empresas de grande porte fazem planos para cinco anos, as micro e pequenas podem fazer para três.

Já os resultados sempre devem ser controlados diariamente e, no mínimo uma vez ao ano, confrontados com o planejamento financeiro, explica Fraga. 

“Uma empresa que está no mercado há mais de um ano e ainda opera no prejuízo não é saudável. Sempre temos que nos basear nos resultados para reavaliar o negócio”, completa Oliveira.

Dariane Fraga - professora da FIA - Fundação Instituto de Administração.

Fonte: coluna jornal FSP

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