Como
me preparei financeiramente para a minha mudança de carreira
Aos
38 anos, depois de uma carreira no mercado financeiro, decidi me tornar
planejadora financeira independente.
Essa transição não foi imediata. Foi
necessário muito estudo e planejamento, inclusive financeiro.
Demorei três anos
para conseguir refazer minha reserva financeira que havia construído ao longo
do tempo, pois precisei utilizá-la num primeiro momento, enquanto investia em
cursos, certificações e na construção da minha base de clientes.
O
ponto central da nossa discussão foi o fato de que, assim como um investimento,
o empreendedorismo precisa de paciência e de planejamento a longo prazo.
Eu
mencionei que esse processo é semelhante ao cuidado com a saúde física: da
mesma forma que se preparar fisicamente leva anos, construir um negócio
sustentável também demanda tempo, planejamento e resiliência.
Profissionais
Liberais e Autônomos, e mudança de carreira
Outro
ponto abordado foi a crescente tendência de profissionais liberais,
especialmente em mercados como engenharia e advocacia, que cada vez mais
trabalham por demanda, e não mais com carteira assinada.
Para enfrentar essa
realidade, é essencial ter uma base financeira sólida e saber diversificar suas
fontes de renda.
Lembramos
que muitas empresas agora optam por contratar esses profissionais apenas para
projetos específicos, evitando custos fixos associados a contratos
tradicionais.
Esse modelo permite que as empresas mantenham flexibilidade
financeira, contratando especialistas somente quando há necessidade, como
durante obras ou casos jurídicos pontuais.
Outro
exemplo, são as assistentes virtuais, que auxiliam em tarefas burocráticas e do
cotidiano, marcando reuniões e fazendo pagamentos, deixando mais tempo para que
esses profissionais autônomos ou liberais ou até os donos de pequenas empresas
cuidem de seu negócio.
Além
disso, mencionamos que essa transição exige mais do que apenas habilidades
técnicas: é necessário desenvolver competências de gestão financeira e planejamento pessoal.
Nesse ponto, eu reforcei a
importância de manter uma reserva de emergência e diversificar fontes de renda
para lidar com a instabilidade desse modelo de trabalho.
Essa flexibilidade se
torna essencial para garantir segurança financeira e qualidade de vida.
Satisfação
no trabalho
Falamos
também sobre a importância de encontrar satisfação no trabalho, especialmente
quando ele é fruto de um projeto pessoal.
Hoje, mais do que nunca, é preciso se
preparar para ser empreendedor de si mesmo, com flexibilidade e organização.
Trabalhar com o que gostamos traz um equilíbrio que não se alcança apenas com
estabilidade financeira, mas também com propósito e realização pessoal.
Durante
a conversa, lembramos de muitas pessoas que, ao atingirem 40 ou 50 anos,
buscaram uma transição para atividades mais alinhadas com seus hobbies e
paixões.
Exemplos como ex-executivos que deixaram suas carreiras para dar aulas
de ioga ou trabalhar em ONGs mostram como encontrar um propósito maior pode ser
transformador.
Mas
é sempre bom lembrar que a preparação financeira é essencial para viabilizar
essas transições e evitar desgastes emocionais, como burnout ou depressão.
O
podcast reforçou que o equilíbrio entre propósito, saúde mental e bem-estar
financeiro é o caminho para uma jornada de profissional mais satisfatória e
plena, especialmente em um mundo onde o modelo tradicional de emprego formal
está cada vez mais dando lugar ao empreendedorismo pessoal.
Empreendedorismo
na terceira idade
Discutimos
sobre o aumento da expectativa de vida que tem levado as pessoas a trabalharem
por mais tempo.
Com a ampliação da longevidade, como citei acima, muitas
pessoas, mesmo após os 50 ou 60 anos, buscam uma segunda carreira ou empreendem
para trabalhar com algo que amam.
Elas continuam ativas e não querem ficar em
casa sem nada para fazer. Algumas vezes, a necessidade financeira também as
leva para essa segunda jornada depois que deixam o mercado formal de trabalho.
Adicionalmente,
falamos sobre como o envelhecimento hoje é diferente de gerações anteriores –
pessoas com 60, 70 ou até 80 anos estão jogando vôlei, praticando musculação e
permanecendo ativas tanto física quanto intelectualmente.
A
conversa também mencionou exemplos inspiradores de pessoas que trocaram
carreiras tradicionais para seguir hobbies ou atuar em áreas como ONGs e
educação, buscando propósito e satisfação.
O
empreendedorismo pessoal surge como uma alternativa não apenas para gerar
renda, mas também para garantir uma vida mais ativa e gratificante.
Um exemplo
citado foi o modelo norte-americano, onde a Disney emprega idosos, algo ainda
pouco comum no Brasil.
A preparação financeira para essa fase é essencial, pois
não é fácil sustentar uma longevidade sem uma fonte de renda estável, o que
reforça a necessidade de se planejar para manter uma vida equilibrada,
produtiva e feliz na terceira idade.
Adaptação
e inovação
O
podcast também nos permitiu refletir sobre como o mercado atual exige adaptação
e inovação.
As plataformas digitais são o novo palco para empreendedores, e
saber usá-las pode fazer uma diferença importante para o sucesso.
Comentei que
comecei meu site em 2012, com textos semanais sobre educação financeira, e como
isso ajudou a atrair clientes ao longo dos anos.
Além
do site, aos poucos passei a explorar outras plataformas, como o Instagram,
para ampliar meu alcance.
Embora tenha encontrado desafios, especialmente no
início, em que citei um episódio divertido em que o Fly me ajudou na gravação
de um vídeo para a CVM, percebi que cada mídia tem um papel importante na
construção de uma presença sólida e consistente.
Esses
canais não apenas atraem novos clientes, mas também criam conexões mais
próximas, permitindo interações diretas e imediatas.
Assim, conciliar a
publicação de conteúdo em mídias tradicionais e digitais tem sido essencial
para alcançar diferentes públicos e fortalecer minha atuação no mercado.
Empreender
pode ser uma jornada desafiadora, mas, com o devido planejamento, pode se
tornar uma experiência muito gratificante.
É uma trajetória que exige
paciência, resiliência e a construção de hábitos sustentáveis, tanto na vida
financeira quanto na saúde física e mental.
Assim como o sucesso profissional,
o equilíbrio pessoal é alcançado com esforço contínuo e propósito claro.
Planejar
a longo prazo, aprender a lidar com mudanças e cultivar uma rotina que valorize
o bem-estar são fundamentais para uma vida plena e significativa.
Ao unir
propósito, finanças saudáveis e qualidade de vida, empreender deixa de ser
apenas uma necessidade e se transforma em uma oportunidade de crescimento
pessoal e realização.
LETÍCIA
CAMARGO
– planejadora financeira