A Reforma da Previdência reacendeu uma preocupação antiga de
todos os brasileiros: a renda durante a aposentadoria. A maioria concorda que o
benefício pago pela Previdência Social não será suficiente para manter um
padrão de vida similar ao proporcionado durante os anos de trabalho.
Essa preocupação torna a oferta de planos de previdência
complementar nas organizações ainda mais relevante na atração e retenção de
talentos. E porque não dizer que possuir um plano de previdência complementar
contribui para um maior engajamento do colaborador? Segundo a 2017 Talent Global Trends Study, pesquisa
sobre tendências no RH conduzida pela Mercer, entre as quatro principais
tendências está o foco no indivíduo integral e, nesse item, eles clamam por
maior apoio dos empregadores no gerenciamento do bem-estar financeiro.
“Ajude-me a investir em mim mesmo”.
E como estão as empresas nesse gerenciamento? Hoje, ainda é
muito comum nos depararmos com empresas que optam por terceirizar a gestão do
benefício de previdência junto às seguradoras e acreditam que, um bom processo
de escolha do administrador, por si só, já lhes conferirão um bom plano de
previdência para seus funcionários no futuro. Da mesma forma que não podemos
terceirizar a educação de um filho, não devemos terceirizar a gestão de um
plano de aposentadoria. Filhos serão mais bem formados, quanto mais perto dessa
educação seus pais estiverem, o mesmo acontece como os planos de previdência.
Sabemos que os recursos dentro do RH são cada vez mais escassos,
que as rotinas consomem o pouco tempo que se tem e que a agenda estratégica é
cada vez maior. Porém, monitorar a evolução desse benefício é a única forma de
avaliar se a estratégia desenhada está aderente à realidade de mercado, de
investimento, de expectativa e de consciência do colaborador.
Não se pode esperar que as mesmas estratégias de previdência do
passado produzam resultados diferentes no futuro. Sabe-se que os avanços
tecnológicos estão redistribuindo as cadeias de valor, que há uma mudança do
perfil demográfico dos funcionários e uma mudança de expectativas da
experiência de trabalho, torna-se necessário reconhecer que planos desenhados
há 10, 15 ou 20 anos estão obsoletos frente às estratégias das organizações
pensadas para o amanhã.
O não monitoramento pode surpreender as empresas quando já for
tarde demais. Um bom investimento, se mal gerido, facilmente se transforma em
um mau investimento.
Renato Vianna
– consultor da MERCER GAMA