Sustentabilidade da Previdência: motivo de
preocupação global
A sustentabilidade
da previdência social é motivo de preocupação
global.
As mudanças demográficas e inovações no mercado de trabalho atingem em
cheio modelos seculares, impondo desafios complexos.
Um estudo do Fórum Econômico Mundial sobre oito grandes
sistemas públicos de pensões, incluindo Estados Unidos e China, projetou um
déficit acumulado de US$ 400 trilhões para o ano de 2050.
A cifra é cinco vezes
o PIB global. Entre nós, o déficit previdenciário em 2024 será de R$ 326,1 bilhões,
de acordo com o Tesouro Nacional.
Os
ajustes necessários na previdência pública são difíceis de realizar. No ano
passado, a França enfrentou uma dezena de protestos consecutivos antes de
conseguir aprovar a elevação de 62 para 64 anos na idade mínima para
aposentadoria.
Pactuou-se uma transição até 2030, com uma subida de três meses
por ano.
A
Alemanha, para manter seu sistema, que data de 1889, dedica o equivalente a um
terço de sua capacidade de investimentos públicos para o fundo de
aposentadoria. Neste ano, serão € 127 bilhões.
Com a queda do número de
contribuintes alemães em relação aos que se aposentam, o plano é o aumento da
idade mínima para 69 anos, até 2030.
A
BlackRock, maior gestora de ativos do planeta, dedicou à sua carta anual de
2024 o título Hora de Repensar a Aposentadoria.
Nela, o CEO Larry Fink sustenta
que a proposta de uma aposentadoria tradicional é muito mais difícil de ser
realizada hoje do que era há 30 anos.
E que daqui a 30 anos ficará ainda mais
difícil. Em Nova York, esse foi o tema central durante recente encontro
institucional que tivemos.
Compartilhamos o entendimento de que os modelos
previdenciários demandam ajustes contínuos para serem sustentáveis ao longo do
tempo.
No Brasil, o debate necessário sobre ajustes no modelo
previdenciário atual já encontra caminhos para um consenso. Dos principais
agentes públicos a especialistas, a concordância é que a bem-sucedida reforma
da Previdência, feita em 2019, já precisa ser atualizada.
O
ano de 2027 está no horizonte como o momento em que se tornará impossível
cumprir as regras estabelecidas no arcabouço fiscal.
Com
um projeto claro e debatido amplamente por todos, o País conseguiu, cinco anos
atrás, fazer uma reforma que deu fôlego e adaptou a Previdência às novas
configurações da sociedade.
Um novo esforço se faz necessário para buscarmos o
equilíbrio de contas em benefício de toda a sociedade.
O ESTADO DE SÃO PAULO