Na aposentadoria, seu imóvel tem papel fundamental;
descubra a razão
No
planejamento para aposentadoria, a venda do imóvel reduz seu esforço de
poupança.
A maioria das
pessoas segrega o imóvel próprio de seu patrimônio financeiro. Esta segregação
resulta em consequência para seu planejamento para aposentadoria.
Explico
abaixo esta consequência e como deve considerar seu imóvel no planejamento
financeiro para aposentadoria.
É inegável o desejo de se ter um imóvel próprio.
Mas ao contrário do que se imagina, a maioria já conseguiu alcançar este sonho.
Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad)
Contínua de 2019, divulgada em maio de 2020, 66,4% dos lares é própria e
quitada.
Parte da população ainda lidava com financiamento e apenas 18,3% dos
brasileiros moravam em imóveis alugados.
Eu, por exemplo, faço parte desta última amostra de
brasileiros e não tenho qualquer sonho de ter imóvel próprio.
Vou explicar a
razão disto em outro artigo, pois hoje vamos falar para os 66,4% que já possuem
imóvel e como eles devem considerar este em seu planejamento.
Possivelmente, este imóvel representa entre 30% a
90% do patrimônio do investidor.
A principal consequência de não considerar o imóvel
em seu patrimônio financeiro é que na conta para aposentadoria você deve fazer
um esforço maior de poupança do que o que de fato seria necessário. Veja a
conta.
Considere que tem 45 anos e que deseja se aposentar
aos 65 anos com uma renda mensal de R$ 10 mil. Isto significa que precisará ter
um valor próximo de R$ 3 milhões a valores de hoje.
Se seu imóvel vale R$ 700 mil e ele representa 80%
de seu patrimônio, isto significa que você tem apenas R$ 175 mil em aplicações
financeiras.
Para chegar nos R$ 3 milhões em 20 anos, precisará
poupar mensalmente R$ 6,5 mil, se considerarmos um juro real (acima da
inflação) de 5,5% ao ano.
Esse valor pode ser pesado em seu orçamento e
acabar por desestimulá-lo a poupar por já acreditar que não terá condição de
atingir a meta.
No entanto, o valor do imóvel deve entrar na conta,
pois quando se aposentar, provavelmente vai mudar para uma casa menor e poderá
usar o imóvel como fonte de aluguel e renda.
Assim, respondendo à questão no título do texto,
considere a possibilidade de vender seu imóvel durante sua aposentadoria de
forma a ele servir como base para financiar esta etapa de sua vida.
Vou considerar nos cálculos que seu imóvel vai se
valorizar apenas a variação do IPCA (índice oficial de inflação).
Desta forma, a poupança mensal necessária para se
chegar ao objetivo para ter a aposentadoria desejada é de apenas R$ 4,5 mil.
Uma redução de 30% do comprometimento anterior.
Perceba que no cálculo assumi que o imóvel se
valorizava à inflação. De fato, isto não tem ocorrido nos últimos 10 anos
segundo a média do índice FipZap.
Logo, considere que seu imóvel pode estar puxando a
rentabilidade de seu patrimônio financeiro total para baixo.
Michael Viriato - assessor de investimentos e sócio
fundador da Casa do
Investidor