Ter negócio próprio, acredite, já foi visto como falta de opção ou de adequação da pessoa ao mercado de trabalho. Como consultora de carreira, já vi muitos desses paradoxos profissionais.

Hoje, ter negócio próprio ou franquia é opção de carreira para muita gente. A crise tem passado longe desse segmento -segundo o Sebrae, o setor é responsável por 2,3% do PIB, mais de 2.000 redes e aproximadamente 100 mil unidades franqueadas, gerando 800 mil empregos diretos, de acordo com a Associação Nacional de Franchising.

Sem dúvida pode ser excelente oportunidade, mas não dá para ter ilusões, imaginando que terá menos trabalho e mais tempo livre. O franqueado não é exatamente dono do próprio negócio, ele é o parceiro-funcionário do master-franqueado.

Tem responsabilidades com a manutenção dos padrões dos produtos ou serviços, tem que investir em treinamentos, marketing, não pode criar produtos ou promoções conforme acredita ser mais interessante. Há normas e regras, visando garantir o sucesso.

Há vantagens. As fraqueadoras já possuem modelo de negócio pronto, ou seja, alguém já viu que deu certo. Mas se optar por investir seu rico dinheirinho, prefira as com mais tempo de vida. Experiência conta muito. Por já terem marca e estrutura definidas, a mortalidade é menor -cerca de 3,7% fecham em até dois anos.

Outro ponto importante é que você não está comprando um emprego. Quando adquire uma franquia, precisará gerir o negócio. Ou seja, não basta gostar do segmento, produto ou serviço, terá que se qualificar em áreas que talvez nunca tenha pensado em atuar. Quem vende brigadeiros e gosta de fazê-los tem que entender de compras, logística, impostos e gestão de equipes, recrutamento e desenvolvimento. Gerir um negócio exige muito do empreendedor.

Dicas para ser um franqueado: 1. Busque algo que goste e tenha interesse. Isso ajuda a superar as dificuldades. 2. Pesquise muito. Reputação, experiência, força da marca. Converse com franqueados e com usuários. 3. Busque entender as características de cada negócio.

Não existe um padrão que funcione para todos, por isso terá que ler com atenção cada contrato de cada empresa. Se depois disso sua motivação continuou a mesma ou aumentou, está dado o primeiro passo para começar a avaliar a franquia como opção de carreira. Sucesso para você!

Adriana Gomes - mestre em psicologia, coordena o Núcleo de Estudos e Negócios em Desenvolvimento de Pessoas da ESPM.

Fonte: coluna jornal FSP